Matador de presos: quem é o ex-PCC Lúcifer, que pinta celas com sangue
Saiba quem é o ex-PCC que mata rivais na cadeia e pinta celas com sangue
Por Da Redação.
Fundador da facção Irmandade de Resgate do Bonde Cerol Fininho, Marcos Paulo da Silva, 48, é conhecido como 'Lúcifer' e foi preso pela primeira vez aos 18 anos, por furto e roubo. Ao longo das três décadas que passou na prisão, matou quase 50 rivais em prisões estaduais paulistas.
Preso em 1995, sem acusações de homicídio, 'Lúcifer' afirma ter matado 48 presos. A maior parte dos assassinatos foi reconhecida pela justiça, de modo que foi condenado a 217 anos de prisão. "Quando ele chega a um presídio, é questão de tempo para matar, decepar, praticar novamente atos de barbárie contra presos, visitantes e servidores", disse um agente penitenciário ao UOL em 2020.
Em 2011, Silva matou cinco presos em um mesmo dia na Penitenciária de Serra Azul (SP). Segundo a apuração do UOL, enquanto matava os rivais, ele comemorava e dizia "Como eu gosto disso. Tem muito pouco. Quero matar mais presos", conforme apuração do UOL.
O apelido de Marcos Paulo da Silva deriva da frase “Lúcifer meu protetor”, tatuada em sua pele, junto a tridentes, caveiras, demônios e o símbolo nazista, a suástica. Diagnosticado com psicose, já se mutilou muitas vezes. Durante sua passagem pela penitenciária de Catanduvas, foi algemado à maca para receber tratamento médico.
'Lúcifer' criou a facção
Marcos Paulo da Silva criou a facção do “Cerol Fininho” em 2013, com o objetivo de, nas palavras dele, "esmagar com mãos fortes os tiranos que usam de suas forças para oprimir os mais fracos, sobretudo PCC, TCC, ADA e SS".
Os integrantes do grupo, seus seguidores, são conhecidos pela crueldade, seguindo a prática de decapitar suas vítimas e remover as vísceras. Com o sangue dos mortos, escrevem o nome do grupo nas paredes. Esta é uma das nove organizações criminosas violentas criadas dentro do sistema carcerário de São Paulo.
Depois da criação da Irmandade, a Secretaria Estadual da Administração Penitenciária (SAP) pediu a transferência de Marcos Paulo da Silva para um presídio federal. Ele passou pelas penitenciárias de Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) e Catanduvas (PR), voltando a cumprir pena no interior de São Paulo em 2018.
Psicólogos de Catanduvas atestaram que ele tem transtorno de personalidade, psicose, e precisaria de tratamento de uma equipe multiprofissional especializada. De acordo com o UOL, agentes penitenciários relataram que os presídios federais não quiseram custodiá-lo, alegando falta da estrutura necessária nas unidades.
Atuação de 'Lúcifer' no PCC
Passado seu primeiro ano de prisão, Silva ingressou no PCC aos 19 anos, permanecendo até 2008, quando passou a considerar que a facção não era mais coerente com seus ideais e se tornou um dos principais rivais de Marcola, apontado como líder do grupo. De acordo com 'Lúcifer', a organização "passou a visar apenas o capitalismo, o lucro e abandonou a luta em prol da população carcerária".
À justiça, ele declarou: "Fui usado pelo PCC para exterminar presos. Mas não me arrependo de matar aquelas pessoas, porque a luta era justa. Havia muitos estupradores e ladrões que roubavam presos dentro da cadeia".
Bilhetes interceptados em um presídio no interior de São Paulo mostram que, anos depois, o criminoso voltou a ter contato com o Primeiro Comando da Capital, que tentou usar Silva para matar o traficante José Roberto Fernandes Barbosa em Campo Grande (MS). Mais conhecido como Zé Roberto da Compensa, o alvo é um dos líderes da FDN (Família do Norte) e mandante do "Massacre de Manaus", em que 20 integrantes do PCC, além de outros 36 presos, foram assassinados, em 1º de janeiro de 2017.
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