Homem é morto a pauladas no Quilombo Rio dos Macacos; caso pode ter relação com decisão judicial
O quilombo disputa território com a Marinha desde 1970, época em que a Base Naval de Aratu foi construída e a desocupação da área foi solicitada pela União.
Moradores da comunidade Rio dos Macacos, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, encontraram o corpo de um homem com sinais de espancamento na noite desta última terça-feira (25/5).
Segundo os moradores, apesar de o crime ter sido alertado à Polícia Militar e ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na mesma noite, o corpo da vítima, identificada apenas como Pedro Henrique, permaneceu no local até as primeiras horas desta quarta-feira (26/5). O grupo entende que houve omissão de socorrro.
Em nota, a Polícia Militar informou que equipes da 19ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Paripe) foram acionadas pelo Centro Integrado de Comunicação (Cicom) para atender a uma ocorrência em que havia o corpo caído ao solo no Quilombo Rio dos Macacos, na Base Naval de Aratu.
"No local, a guarnição adentrou até onde tinha acesso com a viatura, posteriormente por conta da falta de visibilidade e dificuldade de deslocamento não conseguiram chegar até o local onde o solicitante indicava que o corpo estava. Após o dia clarear, guarnições da unidade realizaram a busca, com a colaboração de pessoas da comunidade e após aproximadamente 30 minutos de caminhada o corpo foi localizado, o Samu atestou o óbito", diz o texto.
A Polícia Civil informou ao Aratu On que o Serviço de Investigação em Local de Crime (Silc) foi acionado e equipes Departamento de Polícia Técnica (DPT) surgiram para realizar o encaminhamento até o Instituto Médico Legal. Até o momento, porém, não há indicativos da motivação e autoria do crime.
Membros da comunidade suspeitam que o homicídio de Pedro Henrique seja uma represália à decisão do desembargador federal Jamil Rosa de Jesus Oliveira, que suspendeu uma liminar de reintegração de posse da área da barragem da Marinha do Brasil e permitiu o uso compartilhado do Rio dos Macacos.
O quilombo disputa o território com a Marinha desde 1970, época em que a Base Naval de Aratu foi construída e a desocupação da área pelos quilombolas foi solicitada pela União.
"Salve a população do Quilombo Rio dos Macacos. O governador Rui Costa precisa tomar conhecimento de mais este fato, com urgência", desabafou um morador da comunidade por meio de mensagens encaminhadas ao WhatsApp do Aratu On.
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