Em protesto contra mau cheiro e sujeira, comerciantes de Itapuã jogam itens de moradora em situação de rua no chão
O material acumulado por Mãe Iara foi jogado na rua para forçar a limpeza do local. A manifestação foi a acompanhada pela Polícia Militar.
Comerciantes da Praia de Itapuã, em Salvador, pegaram os objetos de uma mulher que vive em situação de rua e vulnerabilidade, e os jogaram em via pública, nesta segunda-feira (4/7). Segundo eles, o objetivo é chamar a atenção das autoridades públicas para a situação da mulher.
A mulher, identificada como Iara Cristina Ramos, de 57 anos, mais conhecida como "Mãe Iara", instalou-se no trecho da 12ª Delegacia Territorial (DT/Itapuã).
Mãe Iara se instalou no local há cerca de dois anos e deixou a casa onde morava por não conseguir pagar o aluguel durante o momento mais crítico da pandemia da Covid-19. Ela, então, passou a acumular objetos que encontrava no meio da rua. A prática, no entanto, fez com que ratos, baratas e mau cheiro começassem a circular pelo local, prejudicando os comerciantes que trabalham na região, que alegam a perda de clientes.
O protesto foi realizado na Rua Aristidez Milton, cobrando auxílio da Prefeitura com o caso. "Nós pedimos ajuda pra ela, porque não tem mais condições. Eu trabalho com alimento e os clientes não vêm mais. O movimento acabou. Eu não tenho como mudar a barraca de lugar. E aí?! Não dá pra continuar assim", disse Adriana Souza, baiana de acarajé, à TV Aratu.
A idosa estava presente no local e, em entrevista à TV Aratu, afirmou que apoia a atitude dos vendedores. "Eles estão me ajudando, devido a situação que eu estou vivendo, desde a pandemia para cá. Não tive mais condições de pagar o aluguel [...] Estou devendo mais de R$ 3 mil de aluguel. Eu fiquei com vergonha, fechei a casa, deixei as minhas coisas fechadas e resolvi vir para a rua. Eu estava entrando em depressão dentro de casa, estava querendo me matar. Eu tenho um filho de 17 anos que é especial", afirmou Mãe Iara.
O material acumulado por Mãe Iara foi jogado na rua numa tentativa de forçar a limpeza do local. A manifestção foi a acompanhada pela Polícia Militar. A via ficou pacialmente interditada por alguns minutos, até a chegada de um caminhão de lixo.
"Não protestamos contra ela, mas, sim, pedindo ajuda pra ela e pra gente. Ela está doente! Queremos um abrigo, alguma coisa. Ela não pode ficar aqui. Tem que tirar", acrescentou Luciana Silva, que também tem uma barraca no local.
O Aratu On entrou em contato com a Prefeitura de Salvador, mas, até a publicação desta matéria, não obteve retorno.
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