Abandono leva a surgimento de "colônia de gatos" em Piatã; Prefeitura estuda plano de ação no local
Em meio à vegetação nativa localizada entre restaurantes e a praia, circulam centenas de felinos entre carros, no parque e em aparelhos públicos.
Cerca de 300 gatos vivem atualmente em uma colônia improvisada na orla do bairro de Piatã, em Salvador. A cena é de impressionar. Em meio à vegetação nativa, localizada entre restaurantes e a praia, circulam centenas de felinos entre carros, no parque e em aparelhos públicos.
Dona Sônia é voluntária no local há mais de dez anos. Ela e uma equipe de colaboradores visitam os gatos frequentemente para oferecer água e alimentação. Eles intermediam processos de adoção e fazem o possível para tornar a vida dos felinos mais segura. "O problema é o abandono. Por mais que a gente fale, as pessoas continuam a abandonar gatos aqui", lamenta a voluntária.
Abandono leva a surgimento de "colônia de gatos" em Piatã; animais ficam expostos a perigos. Leia mais: https://t.co/2ghpiniTcq pic.twitter.com/NRQi2i9Mz0
— Aratu On (@aratuonline) January 10, 2023
Ela relata que os animais começaram a formar esta colônia durante o processo de retirada das barracas da orla, no ano de 2009. Os animais seriam dos barraqueiros que, ao perderem seus locais de trabalho, teriam abandonado os bichos no local.
"Há muitas versões para o surgimento dessa situação em Piatã. Uma delas é a de que seriam dos barraqueiros e há outra que fala sobre a morte de uma senhora que criava gatos, o que teria levado ao abandono dos animais ali. O que de fato sabemos, é que os gatos possuem um comportamento coletivo. Enquanto felinos, assim como os leões, eles vivem em bandos", esclarece Marcelle Moraes - secretária da SECIS - Secretaria de Sustentabilidade e Resistência e Bem-estar e Promoção Animal de Salvador.
Segundo a secretária, já houve diversas ações da Prefeitura no local, incluindo uma contínua realização de castração nos animais. "O grande problema é o constante abandono. As pessoas têm a falsa impressão de que aquele lugar seria um santuário para os animais. Na verdade, ali eles correm risco em contato com animais doentes, sofrendo agressões e, inclusive, atropelos", destaca Moraes.
O abandono de animais é um amplo problema na cidade de Salvador e, para concientizar a população, a SECIS vem buscando realizar ações educativas. Em 2023, as crianças da rede municipal de ensino irão receber uma revista educativa que abordará os temas do abandono e da castração. "Esperamos concientizar estas crianças para que tornem-se adultos que não propagarão este tipo de comportamento", diz a secretária.
Plano de ação
Atualmente, os cerca de 300 gatos que vivem na colônia improvisada não apenas estão expostos a grandes riscos, como acabam impactando no bem-estar das pessoas que transitam pela orla. Há muitas fezes e alimentos espalhados por todo o local.
Marcelle Moraes informou que a Prefeitura está trabalhando em um plano de ação para tentar a retirada dos animais do local. "A operação ainda está em fase de estudos. Estamos ouvindo especialistas com experiências em situações semelhantes, como na cidade de Roma, na Itália, e no Beach Park de Fortaleza", informou.
"Vale ressaltar que não basta apenas retirarmos os animais. Precisamos pensar em como agir em relação àquela vegetação, que está em uma área de preservação; e também em como promover saúde e bem-estar para aqueles animais. Em relação ao abandono, estamos planejando a instalação de câmeras e de um posto da Guarda Municipal que iniba a ação destas pessoas", conclui.
Abandono de animais é um crime previsto em lei. Quem for flagrado, pode ser condenado a uma pena de um a cinco anos de prisão. A previsão da SECIS é de que a operação na região seja realizada ainda no ano de 2023.
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