Gabriel Silva da Conceição Júnior, garoto de 10 anos vítima fatal de uma bala perdida, tinha o costume de acordar cedo, arrumar a casa e levar café na cama para sua mãe, que luta contra a depressão. Entre outros detalhes, o Aratu On entrevistou Selma Santana de Souza, avó da criança, que contou quem era Gabriel e como a o caso, que aconteceu no bairro de Portão, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), neste domingo (23/7), aconteceu.
Segundo Selma, Gabriel estava sentado na calçada da rua Avenida Costa, observando a movimentação, quando uma viatura da polícia entrou na pista “atirando”. Assustada, a criança teria se levantado e tentado correr. Instantes depois, ele estava no chão, com uma perfuração na região do pescoço. A mãe do jovem, que não quis ser identificada, detalhou a dona Selma que não escutou disparos prévios, e que não confirma a versão apresentada pela PM, na qual teria ocorrido uma troca de tiros.
“A gente não está aqui para ficar ao lado da polícia ou do ladrão, nós estamos aqui pelo Gabriel. Se tivesse tido uma troca de tiros, falaríamos, mas não teve”, afirmou a mãe da vítima, através de Selma. A avó ainda afirmou que, no momento em que o padrasto da vítima percebeu o ferimento, ele chegou a correr atrás da viatura, tentando pedir por socorro.
“Não adiantou. Os policiais, com certeza, viram ele correndo, mas não deram a mínima. Eles sabiam que tinham feito algo de errado, por isso, não pararam”. Segundo Selma, Gabriel estava na 5ª série e nunca tinha repetido de ano. Era um menino alegre, carinhoso e adorava jogar futebol.
A VERSÃO DA PM
Em nota, a PM afirma que equipes realizavam rondas no bairro, quando avistaram homens em atitude “suspeita”. Segundo os militares, eles foram recebidos a tiros e revidaram. Os suspeitos, sustenta a corporação, fugiram, e os polícias saíram do local. Posteriormente, ainda conforme a nota, os agentes de segurança foram avisados que Gabriel teria sido atingido por disparos.
A Polícia Civil informou, também por meio de nota, que as primeiras informações foram colhidas e apuradas pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), mas o caso será investigado pela Delegacia Territorial de Lauro de Freitas.
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