MC Poze entra com Habeas Corpus por 'perseguição cultural'

Preso na última quinta-feira, 29, o cantor MC Poze entrou com um pedido de Habeas Corpus buscando sua liberação imediata. Marlon Brendon Coelho Couto Silva, nome de batismo do artista, foi detido em sua residência no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, e conduzido algemado à delegacia. Ele é acusado de associação e apologia ao tráfico de drogas.

O pedido de soltura foi protocolado na tarde de sexta-feira, 30, pelo advogado Alexandre Manoel Augusto Dias Júnior. Segundo a defesa, a prisão foi fundamentada em vídeos e fotos de shows realizados por Poze em comunidades, além de letras de músicas que fariam menção a traficantes e à presença de homens armados. O advogado argumenta que tais provas são "frágeis e subjetivas".

'perseguição cultural'

A petição também aponta que a prisão estaria sendo motivada pelo estilo musical do artista — o funk —, e sustenta a existência de uma “perseguição cultural”. “Trata-se de uma violação à liberdade de expressão e ao direito à manifestação artística, especialmente quando vêm das periferias”, afirma a defesa.

Outro ponto destacado no pedido é o uso de algemas durante a detenção, prática que gerou críticas de outros artistas, influenciadores e fãs. A defesa alega que Poze não ofereceu resistência, e que o uso de algemas contraria a Súmula Vinculante nº 11 do Supremo Tribunal Federal, que determina seu uso apenas em casos de resistência ou risco à segurança dos policiais.

Até o momento, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ainda não se pronunciou sobre o Habeas Corpus. As informações do documento foram reveladas pelo Jornal Extra.