Lucas Pizane, do BBB 24, relata dificuldade em autoaceitação: 'Passei borracha na minha pele, tinha 7 anos'
Baiano Lucas Pizane, que participou da edição do Big Brother Brasil deste ano, disse, no X (antigo Twitter), que se identifica como um homem preto
O baiano Lucas Pizane, que participou da edição do Big Brother Brasil deste ano, disse, no X (antigo Twitter), que se identifica como um homem preto. A publicação do músico veio após a postagem de um seguidor sobre a etnia do ex-BBB: "E o povo aqui no trabalho que começou a discutir comigo dizendo que Lucas Pizane não é preto. Um disse que era branco, outro pardo, um indígena, e a última disse que era moreno".
Em resposta, Pizane disse que, desde a infância, teve um "grande problema de identificação". "Em alguns ambientes, eu era claro demais para ser preto, em outros, escuro demais para ser branco", escreveu.
Aos sete anos, ele pediu uma colega da escola em namoro, mas foi rejeitado por causa da cor da pele. "Até que, pedi a menina que eu gostava, na escola, em namoro e ela me disse que não poderia aceitar, porque eu era preto. Eu cheguei a passar a borracha na minha pele, achando que iria embranquecer".
O baiano contou que passou a se autodeclarar preto. "Entendo o processo de miscigenação no Brasil, mas, me desculpem, desde que isso aconteceu, passei por um grande processo de autoaceitação, e, toda vez que o IBGE bate na minha porta, eu me declaro como preto, com muito orgulho!", finalizou. Leia a publicação de Lucas Pizane na íntegra:
https://twitter.com/olucaspizane/status/1752022396905594899
O QUE É COLORISMO?
O colorismo, também conhecido como pigmentocracia, é um termo que se popularizou na década de 1980 por causa da autora norte-americana Alice Walker que, no livro "If the present looks like the past, what does the future looks like?" ("Se o presente se parece com o passado, como será o futuro?", em tradução livre do inglês para o português), usou o conceito para descrever a discriminação que existe dentro da comunidade negra dos Estados Unidos.
O termo se refere à discriminação ou preferência por pessoas com base no tom de pele e fenótipos dentro de uma mesma comunidade étnica. Ou seja, é uma forma de hierarquização: quanto menos fenótipos pretos uma pessoa tiver, segundo a lógica do colorismo, menos preconceito ela vai sofrer ao longo da vida. Como consequência, é comum que pretos de pele clara sejam considerados menos parte da comunidade negra e, muitas vezes, tenham lutas e vivências descredibilizadas.
No BBB 21, Gil do Vigor passou por uma situação semelhante. Durante uma madrugada, os participantes Nego Di, Karol Conká, Lumena Aleluia, Camilla de Lucas Penteado e Carla Diaz iniciaram um debate sobre a etnia do colega de confinamento, e Nego Di opinou: "Ele tem cabelo liso. Teve alguém que disse para esse cara que ele é preto e ele acreditou. Ele pode ter alguém, um vô, uma vó [negros]. O racismo só sofre quem é da nossa cor, o policial não te para porque tua mãe é negra. Ele é um pouquinho sujinho. Se esfregar bem...".
Lumena concordou: "Tem vários tons de branco. O cara acha que por não ser o branco branquíssimo...". Nego Di, então, concluiu: "É porque ele não é da cor do Fiuk, aí ele acha que é negrão". Karol Conká, porém, disse que pensava diferente: "Não sei, gente, eu sei que ele é negro. Vamos falar que é negro e pronto".
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