Cadê Jorge? Tartaruga baiana solta após 40 anos desaparece no Rio de Janeiro

Com cerca de 60 anos e pesando aproximadamente 130 kg, Jorge, a tartaruga baiana, é a que passou mais tempo em cativeiro no mundo

Por Juana Castro.

Após viver por quatro décadas em cativeiro na Argentina, a tartaruga baiana Jorge, da espécie cabeçuda, desapareceu no mar. O animal havia sido devolvido ao oceano em abril de 2024 e estava sendo monitorado por um dispositivo via satélite, que deixou de emitir sinal no dia 29 de julho, quando Jorge foi localizado pela última vez na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

Com cerca de 60 anos e 130 quilos, aproximadamente, Jorge é, até então, a tartaruga marinha que passou mais tempo em cativeiro em todo o mundo.

Jorge, a tartaruga baiana | Foto: divulgação

Jorge nasceu na costa da Bahia, por volta da década de 1960. Em 1984, foi capturado acidentalmente em uma rede de pesca na cidade portuária de Bahía Blanca, na Argentina, e levado ao aquário de Mendoza, onde viveu por aproximadamente 40 anos.

Apesar de a expectativa ser que a tartaruga baiana seguisse para o litoral baiano após sua soltura, ela desviou o percurso e surpreendeu os pesquisadores ao entrar na Baía de Guanabara.

Monitoramento de Jorge foi encerrado

Em comunicado divulgado na segunda-feira (4), a Cidade de Mendoza informou que o monitoramento por satélite foi encerrado. Segundo os técnicos, falhas no rastreamento são comuns e podem ocorrer por causas como:

  • Esgotamento da bateria do transmissor
  • Bioincrustação — acúmulo de organismos marinhos sobre o equipamento
  • Desgaste dos sensores

A suspensão do sinal não indica, necessariamente, problemas de saúde com o animal.

O Projeto Aruanã, que atua na conservação de tartarugas marinhas e acompanhava Jorge, ainda não se manifestou oficialmente.

Jorge, tartaruga baiana | Foto: Mauro V. Rizzi/La Nacion GDA

História de Jorge, a tartaruga baiana

Jorge, uma tartaruga baiana da espécie cabeçuda, voltou a ganhar os holofotes em julho deste ano, após ser vista na Baía de Guanabara, quase três meses depois de sua soltura no litoral argentino. O animal é considerado símbolo da preservação marinha.

Nascida na costa da Bahia nos anos 1960, Jorge foi capturada em 1984 por uma rede de pesca em Bahía Blanca, na Argentina. Ferida, foi levada ao aquário da cidade de Mendoza, onde permaneceu até 2022.

“A decisão de devolvê-la ao mar foi tomada em 2022. Foram necessários três anos de readaptação”, explicou Laura Prosdocime, do Museu Argentino de Ciências Naturais (MACN-CONICET), ao G1 Rio de Janeiro.

Rota de Jorge era monitorada por satélite

Em abril de 2024, Jorge foi finalmente solta em Mar del Plata. Monitorada por satélite, a tartaruga baiana surpreendeu os pesquisadores ao seguir em direção ao sudeste brasileiro, passando pelo Uruguai, e chegando à Baía de Guanabara.

Segundo Suzana Guimarães, coordenadora-geral do Projeto Aruanã, o animal foi visto próximo à Ilha do Governador. Pescadores locais foram orientados a informar o projeto caso avistassem Jorge novamente.

Jorge virou exemplo de reintrodução

De acordo com Suzana, Jorge é um raro exemplo de reintrodução bem-sucedida à natureza. Sua trajetória vem sendo usada para estudar padrões migratórios, áreas de alimentação e riscos enfrentados por tartarugas marinhas.

“Se conseguirmos contato direto com ele, vamos coletar sangue e avaliar o estado de saúde. Se estiver tudo bem, queremos ajudá-lo a seguir viagem rumo à Bahia”, afirmou Suzana.

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