“É guerra, é vigília”, diz Fernando Guerreiro sobre a cultura em 2025

Durante o lançamento do espetáculo “Candomblé da Barroquinha”, na noite desta sexta-feira (24), Fernando Guerreiro, presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), fez uma análise sobre o atual momento das artes cênicas e do audiovisual.

Ao comentar as indicações ao Oscar 2025 do filme “Ainda Estou Aqui” e da atriz Fernanda Torres, Guerreiro afirmou: “Eu diria que é um momento de muita vigilância porque, ao mesmo tempo que a gente tem Fernanda indicada ao Oscar, a gente tem Donald Trump, Elon Musk e por aí vai. Então eu acho que é guerra, tá? É vigília! São coisas excelentes que a gente tem que comemorar, mas ao mesmo tempo tem que estar muito atento, porque a gente sabe que isso pode virar de uma hora pra outra”.

Fernando Guerreiro opina sobre cena mundial das artes e da cultura, com foco em Salvador. Foto: Fernando Guerreiro. Foto: Juana Castro | Aratu On

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Avanço local das artes cênicas em Salvador

Apesar do alerta, Guerreiro demonstrou otimismo ao falar sobre a valorização das artes cênicas em Salvador em 2025. Segundo ele, a cidade vive um período de intensa movimentação cultural, impulsionado por projetos da FGM que buscam fomentar o teatro e democratizar o acesso aos espaços culturais.

“A gente está com um projeto grande de incentivar espetáculos teatrais e mestres do teatro. E também estamos 'zerando' as pautas para grupos profissionais da cidade. Então, a gente quer que esse movimento teatral, que já está muito quente no verão, comece ainda mais forte e que a gente possa ter 2025 profícuo nas artes cênicas”, destacou.

Resgate histórico com 'Candomblé da Barroquinha'

O presidente da FGM também comentou a importância do espetáculo 'Candomblé da Barroquinha', que revisita a história do primeiro terreiro de candomblé do Brasil, localizado em Salvador. Ele elogiou a iniciativa e destacou o papel do projeto na valorização da memória cultural.

“A gente está apoiando esse projeto maravilhoso que a gente acompanhou desde o início. É muito importante porque vai contar a história desse espaço. Esse espaço é sagrado, foi o primeiro terreiro do Brasil, aqui surgiu a Irmandade da Boa Morte, e nunca ninguém tinha parado para falar sobre isso em um espetáculo. Já existe o livro de Renata Silveira, mas agora finalmente temos um espetáculo que aborda isso. Estou com muita expectativa porque está lindo”, afirmou.

Sobre o espetáculo

Espetáculo conta história de três princesas africanas chegadas à Bahia na condição de escravizadas. Foto: Letícia França | Labfoto | Divulgação

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Em “Candomblé da Barroquinha”, o público conhece a história de três princesas africanas chegadas à Bahia na condição de escravizadas - Iyá Adetá, Iyá Kalá e Iyá Nassô -, personagens celebradas pela oralidade, que teriam fundado, na Bahia, no bairro da Barroquinha, o mais antigo templo de culto africano do país, tornando-se assim o símbolo de resistência, fora da África, dos reinos de Ketu e Oyó. Com sua sabedoria ancestral, elas criam uma das comunidades Jeje-Nagô mais importantes fora do território africano, reconstituindo na Bahia os locais sagrados destruídos pelo violento processo de colonização. 
 
Realizado pela DAN Território de Criação, plataforma de criação artística multi-linguagem que completa cinco anos em 2025, o “Candomblé da Barroquinha” foi fomentado pelo programa FUNARTE Retomada 2023 - Teatro, Ministério da Cultural, Governo Federal. As apresentações acontecem, em janeiro, nos dias 25 (sessão acessível - intérprete de libras), 26, 30 e 31, às 19h; e em fevereiro, nos dias 1º e 8, com duas sessões acessíveis, às 16h e 19h, além dos dias 7 e 9, às 19h. 
  
Serviço:
Candomblé da Barroquinha
Temporada: 25 de janeiro a 9 de fevereiro 
Sessões: 25/01 - 19h (sessão acessível - libras), 26/01, 30/01 e 31/01 - 19h | 01 e 08/02 - 16h e 19h (sessões acessíveis - libras), 06/02, 07/02 e 09/02 - 19h
Local: Espaço Cultural da Barroquinha (Rua do Couro, s/ n - Barroquinha)
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia)
Vendas: Sympla
Classificação indicativa: 14 anos