À francesa: sem avisar à imprensa, Bruno Reis reaparece após sumiço junino

Após uma viagem à Europa, sem comunicar formalmente à Câmara Municipal de Salvador (CMS) e sem repassar a responsabilidade para a vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT), o prefeito Bruno Reis (União Brasil) voltou às atividades públicas nesta segunda-feira (30), em Salvador. Ele entregou 100 casas reformadas no programa Morar Melhor, na comunidade do Alto do Saldanha, em Brotas.

Assim como havia feito ao informar sua presença no Vaticano na semana anterior, o prefeito utilizou suas redes sociais para anunciar o retorno. A imprensa não foi convidada para o evento e a vice-prefeita não marcou presença, o que gerou especulações sobre possíveis desentendimentos dentro da gestão devido à falta de formalidade na transferência de responsabilidades. Durante seu discurso, Bruno Reis ironizou as críticas à sua viagem e desafiou seus opositores.

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“Três dias fora da cidade e todo mundo sentindo minha falta, com saudade do prefeito… Quase 80% dos votos incomoda muita gente. Tem gente até hoje sem dormir depois da surra que levou na eleição”, disse ele, fazendo referência ao pleito municipal de 2024.

Ele também fez questão de destacar que a viagem foi custeada com recursos próprios. "Ficam arrumando desculpa. Eu viajei com o meu dinheiro, não com dinheiro público", enfatizou.

O prefeito de Salvador é praticante do catolicismo, tendo no seu aniversário marcado missa reunindo outras lideranças políticas.

Oposição reage ao sumiço de Bruno Reis

A provocação do prefeito Bruno Reis à oposição, tratando como "saudade" as críticas à sua viagem ao exterior, foi criticada pela líder da oposição Aladilce Souza (PCdoB). Para ela, o prefeito está tratando uma questão séria com ironia. “A situação é séria e ele deve satisfação à cidade, sim”, afirmou a vereadora.

A vereadora destacou que a preocupação da oposição é com a gestão municipal, uma das funções do Legislativo. Para Aladilce, a transmissão formal do cargo à vice-prefeita Ana Paula Matos seria o comportamento esperado durante ausências do prefeito.

 "Com todo respeito ao prefeito, considero um equívoco tratar a situação com ironia. A nossa observação não tem cunho pessoal nem se trata de saudade. O maior mandatário da cidade não pode ausentar-se sem dar satisfação", argumentou. Ela também questionou a justificativa do prefeito de ter ficado fora do país "apenas 3 dias úteis", especialmente durante o período dos festejos juninos.

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