PSL decide expulsar deputado Alexandre Frota após críticas a Bolsonaro
PSL decide expulsar deputado Alexandre Frota após críticas a Bolsonaro
O PSL decidiu em reunião nesta terça-feira (13/8) expulsar o deputado Alexandre Frota (SP) da legenda. Eleito na onda do bolsonarismo para o primeiro mandato, com 156 mil votos, Frota não tem poupado críticas ao presidente Jair Bolsonaro.
"A decisão foi pela desfiliação do deputado", afirmou o presidente da legenda, Luciano Bivar (PE). Segundo ele, Frota foi enquadrado em artigo do regimento que fala sobre desalinhamento partidário.
Segundo Bivar, a expulsão está relacionada às declarações do deputado sobre o presidente Bolsonaro e sobre seus correligionários, e não a seu voto na reforma da Previdência.
No segundo turno da votação, na Câmara, ele foi o único deputado do partido que se absteve de votar. De acordo com a cúpula do PSL, a decisão pela expulsão foi unânime.
"Foi um sentimento da executiva nacional do partido, de que não foi a primeira vez que ele vem se comportando dessa forma apesar de já termos conversado com ele", disse. Bivar afirmou que Bolsonaro não foi consultado antes da expulsão do parlamentar.
A situação de Frota no partido se complicou nos últimos meses, e o deputado foi retirado da vice-liderança do partido na Câmara e da comissão da reforma tributária.
Em maio, Alexandre criticou o filho do presidente, o também deputado federal Eduardo Bolsonaro, e questionou seu posto como presidente estadual do partido. Ele chegou a dizer que "colocaria fogo" no partido. O deputado depois criticou a indicação de Eduardo para o posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
Ele chegou a ser o coordenador do PSL na comissão especial da Previdência e se consolidou como um dos principais articuladores do partido na questão, o que levou a uma aproximação sua com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Expulso, Frota não poderá ser acusado de infidelidade partidária e pode buscar outra legenda. Segundo informou o Painel, duas novas casas possíveis são o PSDB e o DEM.
Em abril, em entrevista à Folha de São Paulo, Alexandre já havia feito uma série críticas ao governo, num reflexo das dificuldades do Executivo com o Congresso após cem dias de mandato.
Integrante da tropa de choque de Bolsonaro (PSL) durante a campanha de 2018, o deputado disse que o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, era o maior responsável pela falha na articulação política.
Ainda segundo Frota, o escritor Olavo de Carvalho, que deveria ter tido seu espaço reduzido por Bolsonaro, tinha mais influência do que os militares.
Na última semana, o deputado apagou todas as redes sociais. "Esses eleitores foram conquistados na época Bolsonaro. Cansei. Não sou dependente da rede. Estou livre. Tinha muitos problemas. Vou ter mais qualidade de vida", afirmou.
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