Janot teria ido armado ao STF para assassinar Gilmar Mendes, revelou o ex-PGR
Janot teria ido armado ao STF para assassinar Gilmar Mendes, revelou o ex-PGR
Uma revelação do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, movimentou os bastidores da política e, certamente, surpreendeu a muitos brasileiros. Nesta quinta-feira (26/9), em entrevista ao jornal Estadão,ele disse que pensou em matar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
Em 2017, ele teria ido armado em uma sessão da Suprema Corte, com o intuito de cometer o assassinato e, em seguida, se suicidar. ?Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar?, contou o destemido Janot.
Sua motivação seria uma ?história mentirosa? , segundo o ex-PGR, difundida por Mendes, sobre sua filha. O minisytro havia sido colocado sob suspeição para atuar no caso Eike Batista, e, por isso, em retaliação, teria atingido uma pessoa de sua família.
?Ele inventou uma história que a minha filha advogava na parte penal para uma empresa da Lava Jato. Minha filha nunca advogou na área penal? e aí eu saí do sério?, disse Janot, acrescentando que o ato não foi consumado, porque a ?mão de Deus? o impediu.
Em nota enviada à imprensa, o ministro Gilmar Mendes ironizou a revelação
Confira a íntegra da nota:
Dadas as palavras de um ex-procurador-geral da República, nada mais me resta além de lamentar o fato de que, por um bom tempo, uma parte do devido processo legal no país ficou refém de quem confessa ter impulsos homicidas, destacando que a eventual intenção suicida, no caso, buscava apenas o livramento da pena que adviria do gesto tresloucado. Até o ato contra si mesmo seria motivado por oportunismo e covardia.
O combate à corrupção no Brasil ? justo, necessário e urgente ? tornou-se refém de fanáticos que nunca esconderam que também tinham um projeto de poder. Dentro do que é cabível a um ministro do STF, procurei evidenciar tais desvios. E continuarei a faze-lo em defesa da Constituição e do devido processo legal.
Confesso que estou algo surpreso. Sempre acreditei que, na relação profissional com tão notória figura, estava exposto, no máximo, a petições mal redigidas, em que a pobreza da língua concorria com a indigência da fundamentação técnica. Agora ele revela que eu corria também risco de morrer.
Se a divergência com um ministro do Supremo o expôs a tais tentações tresloucadas, imagino como conduziu ações penais de pessoas que ministros do Supremo não eram. Afinal, certamente não tem medo de assassinar reputações quem confessa a intenção de assassinar um membro da corte constitucional do país.
Recomendo que procure ajuda psiquiátrica. Continuaremos a defender a Constituição e o devido processo legal.
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