Família espera 12 horas e descobre por acaso que idosa morreu no Menandro de Faria; "trataram como animal"
Em nota, a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) esclareceu que faz parte do protocolo o contato com a família, através dos contatos entregues ao hospital.
A família de Eulina Sampaio Santana dos Santos, idosa, falecida no sábado (6/8), levou 12 horas para ser avisada sobre o óbito. Com o descaso, o Hospital Menandro de Faria foi denunciado ao Ministério Público de Lauro de Freitas, na manhã de quarta-feira (10/8). A idosa era natural de Cachoeira e foi transferida há cerca de um mês.
No sábado (6/8), Jari, quando foi fazer uma visita de rotina à mãe por volta das 16h, recebeu a notícia que o nome dela não constava no registro de internados do hospital. Nenhum funcionário soube explicar o paradeiro, ou o que tinha acontecido com a idosa. Em seguida, a família descobriu que ela havia falecido de madrugada, às 4h20.
Segundo os parentes, ninguém avisou que Eulina teria falecido há 12 horas. Jari, inclusive, largou o emprego para cuidar da mãe. Indo visitá-la todos os dias, praticamente se mudou de Cachoeira e ficou na casa de parentes na cidade de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.
“Trataram minha mãe como um animal. Todos os dias a gente vinha visitar ela. E se a gente não viesse no sábado?”, desabafou Jari à equipe da TV Aratu na frente do Ministério Público de Lauro de Freitas.
Em nota, a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) esclareceu que faz parte do protocolo o contato com a família, através dos contatos entregues ao hospital. “Quando a paciente foi a óbito a equipe de Assistência Social tentou reiteradamente contato com os familiares, no entanto, não houve êxito", afirmou sobre o caso de Eulina.
Os familiares da idosa, porém, negam as tentativas de comunicação que a Sesab. Os parentes afirmam que o hospital já havia entrado em contato pelo telefone outras vezes e que estavam a todo tempo com telefone nas mãos.
DESCASO
É o segundo caso de denúncia envolvendo o Hospital Menandro de Faria. No dia 22 de julho, Jeferson Oliveira Bispo, de 21 anos, foi baleado enquanto trabalhava, por volta das 12h, e encaminhado para o Hospital Menandro de Faria, onde precisou ter um rim retirado.
Segundo a mulher do rapaz, junto com o rim, que foi entregue em um saco plástico, também foram entregues alguns números para que ela buscasse em outros hospitais o procedimento que era preciso. De acordo com o advogado da família, assim que isso aconteceu, o hospital foi acionado para resolver a situação.
Após o ocorrido, o diretor do Hospital Geral Menandro de Faria, Ramon Nelson Bezerra de Lima Souza, foi exonerado cinco dias depois, do cargo. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado da Bahia e assinada pelo governador Rui Costa (PT). Em substituição, assumiu Vicente Miranda Borges, que acumula outra diretoria da unidade.
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