Rui ataca “governador de sobrenome da elite baiana”; “até chantagem por exames eles faziam com a população"
O petista ainda fez considerações sobre o governo anterior a Wagner (PT), do grupo político de ACM, onde haveria "chantagem até pra fazer exame"
Fernando Vivas / GOVBaO governador Rui Costa (PT) visitou a cidade de Araci, a 211 km de Salvador, nesta quinta-feira (7/4), para assinatura da ordem de serviço para construção de uma escola e um estádio. Mesmo fora do período eleitoral, ele aproveitou o discurso para alfinetar o maior concorrente, ACM Neto (UB), mesmo sem citar nomes.
O petista falou bastante da relação entre governadores e prefeitos, que, de acordo com o atual governador, deve ser linear. "Seja ele o 'governador de sobrenome', de elite, do grupo da elite baiana, eles achavam que eram os donos da Bahia... o chefe, o patrão do prefeito, da prefeita...", disse, em relação à família de Neto, cujo avô, Antônio Carlos Magalhães, foi governador e chefe do principal grupo político que comandava o estado.
Ainda segundo Rui, a relação só mudou em 2006, com a eleição de Jaques Wagner (PT). "Nos ultimos anos, desde que eu era secretario de Wagner, eu ouvi relatos de prefeitos que diziam 'aquele tempo era dificil, eles usavam ate o Tribunal de Contas [TCE] para perseguir'. Diziam 'ou você se alia ao governador ou nós rejeitamos suas contas'", denunciou.
Depois, as acusações do governador foram ainda mais pesadas, sem citar nomes ou provas. "Na época que a urna era de papelão e o voto de papel, eles ouviam: 'se você não se ajoelhar, vc pode até ganhar, mas o resultado eleitoral vai ser diferente'. E quantas denúncias [tivemos] de manipulação de mapa eleitoral, titulos fraudulentos... isso tudo pra que? Pra consolidar uma relação vertical, autoritaria, com os prefeitos. O governador queria dar ordem ao prefeito", contou, ressaltando que a prática mudou após o companheiro de partido assumir.
"No passado, até chantagem por exame eles faziam com a população. Até chantagem politica por cirurgia, se não fosse do grupo politico não era atendido. [...] Infelizmente, essa coisa vergonhosa que eu critico no passado, está acontecendo no presente no Brasil. Está acontecendo com esse governo federal", continuou, citando o presidente Jair Bolsonaro (PL). O mandatário é o "pior presidente", na opinião de Rui.
Rui Costa não concorre à reeleição, por já ter cumprido dois mandatos, mas tenta emplacar seu secretário de educação, Jerônimo Rodrigues (PT).
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