Quem é Padre Kelmon, baiano candidato à Presidência que mora e vota em Salvador

Estreante na disputa à Presidência da República, o baiano Padre Kelmon participou pela primeira vez de um debate no último sábado (23/9), no SBT. 

Substituto do PTB a Roberto Jefferson, que teve a candidatura indeferida, no início deste mês, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Kelmon já iniciou a campanha com polêmica: autodeclarado sacerdote da Igreja Ortodoxa, ele foi desmentido pelo arcebispo da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil, Dom Tito Paulo George Hanna.

"Chegou ao nosso conhecimento que muitos cidadãos têm questionado membros da nossa igreja a respeito de um candidato à Presidência da República pelo PTB que se auto apresenta como Padre Kelmon, utilizando insígnias de nossa tradição, sobre a veracidade de seu vínculo à nossa Igreja", começa o texto da Igreja Ortodoxa.

"Diante disso, esclarecemos que, em pleno respeito, mas também gozando da mesma liberdade de pensamento, consciência e religião prevista no 18º artigo da Declaração dos Direitos Humanos e no artigo 5º da Constituição Federal do Brasil, o referido candidato não é membro de nossa Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil em nenhuma de suas paróquias, comunidades, missões ou obras sociais", diz o documento.

PERFIL

Natural de Acajutiba, a 184 km de Salvador, Kelmon Luis da Silva Souza, o Padre Kelmon, tem 45 anos. Atualmente, segundo documentos apresentados ao TSE, o candidato reside na comunidade de Bananeiras, em Ilha de Maré, território pertencente a Salvador. Ele vota na Escola Adroaldo Ribeiro Costa, no bairro do Resgate, na capital baiana.

Em seu perfil eleitoral no DivulgaCand, plataforma oficial da Justiça Eleitoral para divulgação de candidaturas, Kelmon tem como ocupação “sacerdote ou membro de ordem ou seita religiosa” – ainda que isto seja questionado pela Igreja Sirian Ortodoxa, instituição da qual ele garante que é padre -.

Na lista de bens declarados, ele assegura ter apenas R$8.548,13 – divididos em R$ 8.547,13 em cadernetas de poupança e R$ 1 em quotas ou quinhões de capital.

Embora seja o candidato do PTB, todos os perfis de redes sociais apresentados na página de Kelmon no DivulgaCand são de propriedade de Roberto Jefferson, que cumpre prisão domiciliar, condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito do mensalão, o que o impede concorrer por oito anos após o cumprimento da pena. Ele está inelegível por estar enquadrado na Lei de Ficha Limpa.

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