Pesquisa mostra que maioria dos brasileiros acha Bolsonaro desonesto, falso, incompetente, despreparado, indeciso, autoritário e pouco inteligente

Para a maioria da população brasileira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é desonesto, falso, incompetente, despreparado, indeciso, autoritário, favorece os ricos e mostra pouca inteligência. Esse foi o resultado de uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta quinta-feira (8/7).

Além dos adejtivos negativos, Bolsonaro também aparece com a pior avaliação desde que assumiu a Presidência, em janeiro de 2019: 51% dos ouvidos o consideram ruim ou péssimo, número que vem crescendo desde dezembro. A aprovação está estável em 24% em relação ao levantamento de maio, e o índice dos que o consideram regular caiu para 24%.

Foram ouvidas 2.074 pessoas com mais de 16 anos em todo o Brasil, de forma presencial. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

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ADJETIVOS

Na pesquisa de junho de 2020, 48% o viam como honesto e 38%, como desonesto. Já agora, em junho de 2021, houve uma inversão, com 52% vendo desonestidade no mandatário e 40%. A sinceridade era apotada por 59% no começo do mandato, em abril de 2019, mas o número caiu para 48% em junho de 2020 e chegou agora a 39% - os 35% que consideravam Bolsonaro falso em 2019 subiram a 46% no ano passado e agora são 55%.

A avaliação de que o presidente é um incompetente subiu de 52% no ano passaodo para 58%. Além disso, Bolsonaro é um despreparado para 62% (44% em abril de 2019, 58% em junho de 2020), ante 34% que o veem como preparado (52% em 2019, 38% em 2020).

Um dos mais estridentes traços de Bolsonaro, para a população é, seu autoritarismo, visto por 66% da população — já eram expressivos 57% no começo do mandato e 64% em 2020.  Apenas 28% relacionaram o chefe de estado a um democrata, queda em relação aos 37% de 2019 e outra estabilidade ante os 30% do ano passado.

Ele também é uma pessoa indecisa para 57% (42% em 2019, 53% em 2020), ante um governante decidido para 41% (56% em 2019, 46% em 2020).  Por fim, a inteligência do presidente não é apreciada como uma qualidade. Para 57%, ele é pouco inteligente, índice semelhante ao de 2020 (54%) e bem maior do que o de 2019 (39%). Já 58% o achavam muito inteligente no começo do governo, número que caiu para 40% no ano passado e está estável e 39% agora.

RENDA

Num universo em que 57% da amostra da pesquisa é composta por pessoas que ganham no máximo 2 salários mínimos, Bolsonaro é visto como "um amigo dos ricos". Ele favorece os que têm mais posses para 66% dos ouvidos (57% em 2019, 58% em 2020), e só pensa nos mais pobres para 17% (24% no começo do mandato, 18% no ano passado).

Nordestinos, que mais o reprovam, também são os que o avaliam como mais desonesto (61%) e falso (65%). O mandatário é visto como pouco inteligente mais por aqueles que cursaram faculdade (64%) e mais jovens (65%).

Já as fortalezas bolsonaristas do Sul e do Norte/Centro-Oeste são mais simpáticas, como na avaliação geral, ao presidente. Lá, 43% e 47%, respectivamente, o veem como uma pessoa honesta. O índice vai a 54% entre os que ganham de 5 a 10 salários mínimos. Observando apenas os evangélicos (24% da amostra), todas as avaliações são melhores, ainda que nem todas sejam majoritárias.

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