Data em que é celebrada a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus, a Semana Santa marca o calendário como uma das mais importantes comemorações cristãs do ano. De origem católica, ela se inicia no Domingo de Ramos e termina no Domingo de Páscoa, no entanto, no Brasil, o feriado inicia somente na Sexta-feira Santa, que este ano é celebrada no dia 30 de março.

Na Bahia, a celebração vai muito além do almoço com bacalhau. Diversos municípios do interior mantém vivas tradições com grande influência católica, em rituais quase sagrados para seus adeptos. O Aratu Online listou alguns locais no estado que tem suas maneiras particulares de comemorar a Semana Santa. Confira:

SERRINHA

A 173 km de Salvador, Serrinha possui uma das tradições religiosas mais fortes do interior baiano. A Semana Santa na cidade é marcada por uma programação que vai do Domingo de Ramos ao Domingo de Páscoa, e altera a rotina dos moradores durante esse período. Além das missas e caminhadas que ocorrem durante a semana, Serrinha também realiza a Procissão do Fogaréu e a Missa do Lava Pés.

Este ano, o ritual acontece nesta Quinta-feira Santa (29/3), a partir das 20h30. A Missa do Lava Pés acontece às 19h30, na Catedral da cidade, e antecede a Procissão do Fogaréu, que acontece desde 1930. O ritual atrai não somente moradores como também turistas à região, conduzidos por fiéis com tochas, saindo da Catedral da cidade para a Colina Santa, simulando a trajetória de Jesus Cristo, após sua prisão. A Procissão é encerrada com uma encenação teatral da Paixão de Cristo.

Na Sexta-feira Santa (30/3), a cidade tem mais celebrações, começando às 06h com a Via Sacra, e finalizando com a Procissão do Senhor Morto, às 19h. No Sábado de Aleluia, acontece a celebração da Vigília Pascal às 20h. Finalmente, no Domingo de Páscoa ocorreu a Procissão do Encontro, às 9h, quando as mulheres saem da Câmara Municipal e os homens do cemitério, e, após o trajeto, se encontram na Catedral. No mesmo local, a Missa Pontifical acontece às 10h, e, por fim, a celebração marca o encerramento da Semana Santa na cidade.

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NAZARÉ DAS FARINHAS

O município de Nazaré das Farinhas é palco da tradicional Feira de Caxixis, que é realizada da Quinta-feira Santa (29/3) ao domingo de Páscoa (1/4). O evento reúne artesanato, gastronomia e música, com barracas montadas no centro da cidade, e chega a receber quase dez mil turistas durante o período.

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Este ano, o tema da festa é ?Mãos que Criam?, e, dando nome à feira, os tradicionais caxixis são objetos de barro em miniatura, que ficam expostas, juntamente com as cerâmicas artesanais do recôncavo baiano, onde o município se localiza. Moradores e turistas também podem percorres as estações da Via Sacra, com esculturas em tamanho natural que relembram momentos da vida de Jesus. Além disso, também é tradicional a visitação à estátua do Cristo, com 15 metros de altura, que fica no Morro do Silêncio.

Além da Feira dos Caxixis, a cidade também recebe atrações musicais, de sexta a domingo. Este ano, o evento recebe Daniel Vieira, Pablo, Bandana, Saulo, Naiara Azevedo, Tierry, Larissa Marques, Psirico e Papazoni.

MONTE SANTO

As celebrações da Semana Santa já são tradição em Monte Santo, cidade a cerca de 360 km de Salvador. As ações são organizadas por Membros da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, e reúne todos os anos milhares de fiéis. A programação teve início na última sexta-feira (23/3), com a celebração de uma missa na Capela Nossa Senhora das Dores seguida de uma procissão até a Igreja Matriz.

As celebrações seguem até o Domingo de Páscoa, no dia 1º de abril. As celebrações no município são marcadas pelas procissões, como a do Lava Pés, do Encontro, Procissão do Senhor Morto, além de uma encenação da Paixão de Cristo, na Quinta-feira Santa.

Na Sexta-feira Santa, há a subida ao Santuário, iniciando às 4h da manhã, horário em que os fiéis se preparam para subir a serra da Santa Cruz, para pagar promessas e buscar as imagens. Após, é feita a procissão com imagens até a igreja matriz local, e também ocorre a Procissão do Senhor Morto.

No Sábado de Aleluia, é feita a Celebração com a Benção do Fogo, onde os fiéis entram no interior da igreja com o Círio Pascal aceso e acendem velas. Após a missa, acontece a procissão de Jesus Ressuscitado ao redor da Igreja. Ainda no sábado, ocorre a tradicional queima de Judas, e no domingo, último dia de celebração, a programação é encerrada com a Missa de Páscoa.

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PÉ DE SERRA

Pé de Serra está localizada entre duas montanhas, que deu origem ao nome da cidade. A 220 km da capital, o município tem forte influência católica. A celebração mais tradicional é a subida da Serra do Leão, na Sexta-feira Santa. A montanha é avistada logo na entrada da cidade, e é o ponto mais característico da região. Um grupo fica responsável pela limpeza da área, e pelo controle de visitantes.

Durante a tarde do Sábado de Aleluia, há a passagem da charanga que faz a conhecida lavagem, arrastando uma multidão pelas ruas da cidade. Pela noite, é feita a leitura do testamento de Judas, uma crônica dos principais personagens de Pé de Serra. Após isso, há finalmente a queima do Judas, com uma queima de fogos.

CAPELA DO ALTO ALEGRE

Capela do Alto Alegre é um pequeno município da Bahia, marcado por aspectos religiosos desde a origem de seu nome. A fundação da cidade teve como marco, inclusive, a realização de uma missa. A Semana Santa é uma das datas mais importantes para os católicos do local, que são ainda maioria, e já começa com a celebração no Domingo de Ramos, com uma procissão.

No entanto, a manifestação popular mais tradicional durante o período é a subida ao monte. Um dos pontos turísticos do local, o monte de Capela fica às margens da cidade, e é visitado por milhares de pessoas na Sexta-feira Santa. No topo, fica uma capela, que é o destino dos fiéis que sobem o monte. Além disso, o espaço também reserva uma ampla vista da cidade.

No Sábado de Aleluia é realizada a tradicional Queima de Judas, e reúne dezenas de pessoas. A manifestação cultural é um dos momentos mais aguardados da celebração, quando um boneco recheado de bombas é colocado exposto numa praça do centro da cidade, e queimado.

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