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18/08/2023 17h00 | Atualizado em 20/08/2023 20h47

Pior Time do Mundo? Com histórico de goleadas e W.O., baiano Leônico tem jejum de 30 anos e pior sequência da atualidade

Campeão Baiano em 66, o Moleque Travesso é hoje o clube com maior sequência sem vitórias entre os clubes brasileiros

Pior Time do Mundo? Com histórico de goleadas e W.O., baiano Leônico tem jejum de 30 anos e pior sequência da atualidade
Edimário Duplat

No dia 9 de julho deste ano, o Leônico protagonizou mais um amargo acontecimento em seus 83 anos de história. Na despedida de sua participação na segunda divisão do Campeonato Baiano, a equipe grená foi derrotada por um indigesto resultado de 9 a 0 para a Unirb. Foi a nova derrota em nove jogos seguidos, sendo uma delas por W.O.

O Moleque Travesso, como é conhecido, tem o maior jejum de vitórias entre os clubes em atividade no Brasil. Nem o Íbis, considerado o Pior Time do Mundo, tem nos dias de hoje uma sequência tão longa de empates e derrotas em partidas profissionais.

Leônico, uma história de ascensão, tradição e queda

Fundado em 1940, a equipe de Salvador atuava em campeonatos amadores organizados pela Federação Bahiana de Desportos Terrestres, subindo para à elite desta categoria em 1946 e conquistando o título um ano depois. Entretanto, o profissionalismo só veio nos anos 60, com o clube chegando à primeira divisão profissional e conquistando o Baianão de 1966.

Vice-campeão em 78 e 84, o time de cores grená e branca figurava como uma das equipes marcantes do campeonato estadual e chegou até a participar de edições do Campeonato Brasileiro da Série A e da Série B.

Entretanto, desde os anos 90 teve início uma amarga má-fase no Moleque Travesso. Depois da quarta posição no Baianão de 89, o Leônico não conseguiu repetir a campanha para a edição posterior e acabou rebaixado para a segunda divisão. Ao retornar em 1992, se inicia o drama eterno de um clube sem triunfos até então.

Um jejum indigesto. O maior do Brasil?

Pelo estadual de 1992, foram 18 jogos com 15 derrotas e apenas três empates. Com o rebaixamento, a equipe se absteve de disputar torneios na segundona até 2007, quando protagonizou uma campanha vexatória que acabou com muita polêmica:

Após perder oito partidas e ter apenas um empate na competição, o Moleque Travesso viajou até Guanambi para encerrar sua participação com o time da casa. Entretanto, o seu adversário precisaria vencer por um grande número de gols para suprir a diferença de saldo frente ao Galícia, seu adversário direto pela classificação. O confronto terminou em 10 a 0, com muitas suspeitas em relação ao resultado e até ameças de morte recebidas pelo goleiro da equipe soteropolitana.

O jogo acabou anulado e julgado pela Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD-BA), que resolveu por remarcar um novo confronto entre as duas equipes para o mesmo local. Entretanto, o Leônico alegou não ter condições financeiras para participar de um novo jogo e perdeu a partida por W.O., resultado que foi ineficiente para a classificação do Guanambi.

Após esta participação, o clube só voltou as disputas oficiais em 2014, novamente pela segundona estadual. E dos nove jogos disputados, o clube grená fez apenas um ponto em 27 disputados. Ao final, terminou na vice-lanterna a frente apenas do Ipitanga, que tinha saldo inferior ao clube soteropolitano.

Temporada 2023 e novo vexame

Retornando as atividades pelas divisões de base, o Leônico voltou ao cenário profissional este ano em um Campeonato Baiano da Segunda Divisão com outras equipes tradicionais como Vitória da Conquista, Fluminense de Feira, Juazeiro, Galícia e Jequié. Entretanto, nem as reformulações e a nova iniciativa de recomeço evitaram que a sina de 30 anos sem vencer fosse encerrada.

Logo na primeira rodada, o Moleque “apanhou” de 6 a 2 do Flu de Feira. Depois, foi derrotado pelo Grapiúna por 1 a 0 e voltou a ser goleado no jogo seguinte, sofrendo 4 a 1 do Galícia. Na quarta rodada, outro 1 a 0 contra o Colo-Colo e uma nova goleada de 4 a 0 frente ao Juazeiro. Depois de tomar 3 a 0 do Conquista em casa, veio o capítulo mais indigesto: um WO contra o Jequié por ter chegado atrasado a partida no Waldomirão.

“O fato ocorrido se limita a termos ultrapassado em 4 minutos o limite máximo de 30 min + 30 min do horário do jogo, em função de dois eventos fortuitos: problema mecânico no ônibus que transportava nossa delegação e, posteriormente, um acidente num trecho de serra que, somente este, nos retardou por 25 min”, afirmou o clube em nota oficial nas suas redes sociais, no qual também se desculpou aos seus torcedores sobre o fato. Posteriormente, o clube ainda sofreu novas derrotas de 2 a o para o Jacobina e 9 a 0 para o Unirb, encerrando sua participação.

Pior do Brasil? Conheça outras campanhas históricas

Com a soma dos resultados do Baianão de 1992 e as edições da Série B de 2007, 2014 e 2023, o Leônico apresenta uma sequência de 46 jogos sem vencer, com cinco empates, 41 derrotas, 20 gols marcados e incríveis 138 gols sofridos durante este tempo.

“Se fala em 30 anos sem vencer, mas disputamos apenas quatro campeonatos neste período. Na verdade, estamos apenas quatro anos sem vencer”, afirma Lulinha, gestor de futebol do clube, em entrevista ao Aratu On. Mesmo com hiatos durante estes 30 anos, a sequência sem triunfos é hoje a maior entre as equipes brasileiras em atividade, rivalizando e quase chegando a recordes históricos do esporte em nosso país.

Conhecido internacionalmente como O Pior Time do Mundo, a equipe pernambucana do Íbis passou a ter essa fama pela incrível sequência de 55 partidas sem vencer durante os anos de 1980 a 1984 na disputa do Campeonato Pernambucano. Ao todo, foram sete empates e 48 derrotas que deram ao Pássaro Preto o “título” que se tornou a maior marca do clube. Nas últimas temporadas, a equipe tem saído deste estigma e chegou a retornar a elite pernambucana, conseguindo até uma importante vitória sobre o Santa Cruz depois de 58 anos.

Apesar da fama dos pernambucanos, outro clube brasileiro conseguiu recentemente superar a marca de jejum de vitórias. O Atlético Mogi, de São Paulo, amargou uma incrível sequência de 62 jogos sem vencer pelo Campeonato Paulista da Segunda Divisão, que apesar do nome é o quarto nível do futebol daquele estado.  Com quatro empates e 58 derrotas, o time de Mogi das Cruzes ficou entre os anos de 2017 a 2023 sem qualquer resultado positivo, conseguindo quebrar a marca apenas em maio deste ano e já emplacar dois triunfos consecutivos pelo torneio estadual.

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