O primeiro caso conhecido de Covid-19 no mundo foi uma vendedora que trabalhava em um mercado de animais na cidade chinesa de Wuhan, e n&atilde;o um contador que vivia a quil&ocirc;metros de dist&acirc;ncia e parecia ter alguma rela&ccedil;&atilde;o com o local, de acordo com estudo publicado na revista Science nesta &uacute;ltima quinta-feira (19/11).

Segundo o Globo, o relat&oacute;rio reacendeu o debate sobre a origem do coronav&iacute;rus. A busca pelo marco zero da pandemia contribuiu para especula&ccedil;&otilde;es de que o v&iacute;rus poderia ter vazado de um laborat&oacute;rio chin&ecirc;s, o que elevou as tens&otilde;es entre Estados Unidos e China.

Um estudo conjunto da China e da Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial de Sa&uacute;de (OMS) este ano descartou a teoria de que a Covid-19 se originou em um laborat&oacute;rio. A pesquisa apontava que a hip&oacute;tese mais prov&aacute;vel era a infec&ccedil;&atilde;o natural de humanos, provavelmente por meio do com&eacute;rcio de animais selvagens.

Uma equipe de especialistas liderada pela OMS passou quatro semanas em Wuhan e seus arredores com cientistas chineses e disse em um relat&oacute;rio conjunto em mar&ccedil;o que o v&iacute;rus provavelmente foi transmitido de morcegos para humanos por meio de outro animal, mas indicou que mais pesquisas eram necess&aacute;rias.

OMS DESTACA INVESTIGA&Ccedil;&Atilde;O&nbsp;

Agora, o cientista Michael Worobey, chefe de ecologia e biologia evolutiva da Universidade do Arizona e um dos principais especialistas em rastrear a evolu&ccedil;&atilde;o de diferentes v&iacute;rus, encontrou discrep&acirc;ncias na linha do tempo ao investigar informa&ccedil;&otilde;es j&aacute; tornadas p&uacute;blicas em peri&oacute;dicos m&eacute;dicos e meios de comunica&ccedil;&atilde;o.&nbsp;

Ele argumenta que os la&ccedil;os da vendedora com o mercado e uma nova an&aacute;lise das primeiras conex&otilde;es dos pacientes hospitalizados sugerem fortemente que a pandemia come&ccedil;ou ali. Uma s&eacute;rie de especialistas, entre eles um investigador destacado pela OMS, afirmaram que o trabalho de Worobey &eacute; consistente e endossaram que o primeiro caso conhecido de Covid-19 &eacute; potencialmente a vendedora de frutos do mar.

O contador, que foi amplamente considerado a primeira pessoa infectada pelo coronav&iacute;rus, relatou que seus primeiros sintomas apareceram em 16 de dezembro, v&aacute;rios dias depois do inicialmente conhecido, segundo Worobey. O estudo aponta que a confus&atilde;o foi causada por um problema dent&aacute;rio que um homem teve em 8 de dezembro. Conforme a publica&ccedil;&atilde;o, a maioria dos primeiros casos sintom&aacute;ticos estavam atrelados ao mercado.

Worobey foi um dos especialistas que defendeu a considera&ccedil;&atilde;o da tese de que o v&iacute;rus poderia ter vazado de um laborat&oacute;rio em Wuhan. No artigo publicado nesta qunta-feira (18/11), ele sustenta que a nova pesquisa &quot;fornece fortes evid&ecirc;ncias da origem da pandemia no mercado de animais vivos&quot;.&nbsp;

&quot;Nesta cidade de 11 milh&otilde;es de habitantes, metade dos primeiros casos est&aacute; relacionada a um lugar do tamanho de um campo de futebol &quot;, disse Worobey ao jornal americano The New York Times. &quot;&Eacute; muito dif&iacute;cil explicar esse padr&atilde;o se o surto n&atilde;o tiver come&ccedil;ado no mercado&quot;, destacou. A OMS prop&ocirc;s no m&ecirc;s passado um novo painel de especialistas para investigar a origem do coronav&iacute;rus.

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