"Saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu"
Na poesia de Chico Buarque, "saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu".
Nenhum pai e nenhuma mãe deseja que os filhos partam antes deles. Só de imaginar, dói. Esses mesmos pais também morrem de medo de irem antes dos filhos.
A verdade é que ninguém quer morrer.
De tanto não querer, não pensamos nisso. De tanto não pensar, não enfrentamos o tema. De tanto não enfrentar, não nos programamos. E como não nos programamos, não damos a devida importância aos dias EM VIDA.
Há algum tempo falei no blog @paivemca sobre a necessidade de invertermos a lógica do "vendedor de seguros de vida", que usei como metáfora.
O vendedor de seguros nos faz acreditar que as pessoas mais velhas se vão antes das mais novas e que, por isso, precisam deixar patrimônio para quem fica.
Em tese, a lógica da vida é essa!
Mas e se for ao contrário? E se a pessoa mais jovem for antes? E se os nossos filhos não tiverem tanto tempo? E se nós não tivermos tanto tempo assim? Deixar patrimônio será nosso único legado?
A real é que a morte de uma pessoa jovem nos tira do automático. Nos faz perceber riscos e questionar coisas que costumam passar despercebidas no dia a dia, trazendo para a luz aquilo que preferimos não ver.
Mas é importante clarear as ideias. Por amor!
É por amor que precisamos discutir o tema da finitude da vida, para que fique clara a necessidade de focar no que realmente importa, para que não se perca tanto tempo na trajetória, para que se valorize a presença, o respeito e o cuidado.
Refletir sobre a morte é um ato de responsabilidade e amor com o outro e consigo mesmo.
Mas, se não está à vontade, ainda, para refletir sobre o tema... CALMA! Tudo no seu tempo!
E se pensar sobre o assunto lhe traz muita angústia, sugiro que busque um profissional para que possa conduzir você a elaborar melhor essas questões.
Sigamos viagem...
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.