Para o streaming, Disney vai cortar cena de “Dumbo” acusada de racismo
Para o streaming, Disney vai cortar cena de “Dumbo” acusada de racismo
A Disney planeja abrir o seu baú de tesouros para encher o catálogo do serviço de streaming Disney+, mas nem todas as partes da história do estúdio estarão disponíveis na plataforma. Segundo o site do The Hollywood Reporter, uma cena polêmica de “Dumbo” (o original, de 1941) será cortada do filme.
Trata-se do momento em que Dumbo se encontra com um grupo de corvos (em inglês, “crows”), liderado por um personagem chamado Jim. O nome Jim Crow é emprestado de um personagem popular no século 19, usado para fazer piadas e reforçar estereótipos negativos sobre pessoas negras.
LEIA MAIS: Alunos que tiveram a isenção no Enem negada podem entrar com recurso
Mais tarde, o nome “Jim Crow” também foi usado nos EUA para definir um conjunto de leis de segregação, que só foram revogadas décadas depois do lançamento de “Dumbo”, com o avanço da luta pelos direitos civis dos negros. Lançado em 1941, o clássico animado já carrega o título de filme mais curto da Disney, com apenas 64 minutos. O remake live-action de “Dumbo”, lançado neste ano e dirigido por Tim Burton, eliminou a cena dos corvos da história.
Além de neutralizar uma possível polêmica com a cena de “Dumbo”, a Disney+ também não vai incluir o filme “A Canção do Sul” no catálogo. Mistura de animação e live-action, o polêmico longa-metragem foi lançado originalmente em 1946.
“A Canção do Sul” foi criticado por seu retrato de escravos libertados após a Guerra Civil, encarnados neste caso no personagem Uncle Remus (James Baskett), como figuras pacificamente submissas aos donos de plantação. Graças à polêmica, o filme nunca foi lançado em vídeo nos EUA. Em 2011, o CEO da Disney, Bob Iger, disse que reviu o filme e decidiu que “muitas cenas não cairiam bem para o público atual, e não seria do nosso interesse relançar este longa em nenhum formato”.