Coluna da Bia: 3 dicas pra colocar em prática e impedir que os pensamentos negativos te consumam

02/10/2020 23h48Atualizado em: 02/10/2020 23h48

ilustrativa/Pexels

Olá, seja bem-vinda(o) de volta! Se você chegou até aqui, acredito que tenha se identificado com o texto da semana passada ou com o título da matéria de hoje. De qualquer forma, espero que as próximas linhas possam te trazer alguma reflexão.

Para começarmos o texto de hoje, quero te fazer um convite: não pense em um urso polar durante os próximos minutos.

Então, me diz: no que você pensou? No urso polar, não é mesmo?

O Psicólogo social e professor de Psicologia na Universidade de Harvard, Daniel Wegner liderou uma pesquisa sobre supressão de pensamento. Na pesquisa, o Phd Wegner pediu aos participantes que verbalizassem o que estava se passando em suas mentes por cinco minutos, enquanto tentavam não pensar em um urso branco. Se um urso branco viesse à mente, eles deveriam tocar uma campainha. E adivinha? É isso mesmo que você está pensando: apesar de dizer expressamente para não pensar, os participantes pensaram em um urso branco mais de uma vez por minuto, em média.

Com essa pesquisa, Daniel iniciou robusto estudo sobre alguns pontos importantes e, dentre eles, começou a entender o porquê é tão desafiador para nós, seres humanos, suprimirmos algum pensamento indesejado. Assim, encontrou evidências de que, quando tentamos não pensar em algo, uma parte de nossa mente evita o pensamento proibido, mas outra parte "verifica" de vez em quando para ter certeza de que o pensamento não está surgindo.

Assim, de qualquer forma, o pensamento é percebido e trazido para nossa mente.

Nessa linha, levando em consideração que nós temos cerca de 40 mil a 60 mil pensamentos a cada dia, o quão importante seria se você soubesse e aplicasse algumas técnicas e ferramentas para que não fique ruminando seus pensamentos negativos? Ou seja, para que você pare de pensar neles sem parar, tendo em vista que a ruminação leva ao aumento da ansiedade, depressão e de uma sensação de desamparo?

Então, vamos lá. Vou trazer hoje três dicas para que você coloque em prática e consiga impedir que os pensamentos negativos te consumam.

Como primeira dica, quero te convidar a tentar o pessimismo defensivo. Perceba o seu pensamento negativo e entenda qual a sua preocupação que está sustentando aquele pensamento negativo. Por exemplo: eu estou me sentindo frustrada, pois não estou conseguindo fazer um trabalho que preciso entregar na próxima semana. Aqui, qual a minha preocupação que sustenta o “estou me sentindo frustrada”? O fato de que tenho receio de não conseguir entregar meu trabalho em tempo, certo? Pronto. Nesse momento que você identificou, agora pense qual seria o pior cenário possível nessa situação. No caso do exemplo que dei, seria eu não conseguir entregar o trabalho em tempo. Bom, agora elabore uma estratégia prática, para que você não precise passar pelo pior cenário possível que é o motivo da sua preocupação. Simples né? Isso mesmo, simples e efetivo. A consideração do pior cenário possível pode ajudar a dissipar as preocupações SE você elaborar estratégias para evitá-lo.

Como segunda dica, quero te convidar a aprender e praticar a contestação dos seus próprios pensamentos negativos. Sempre que tiver um pensamento negativo, primeiro entenda que você realmente está tendo, ou seja, aceite que isso está vindo. No segundo momento, perceba qual é esse pensamento especificamente: autocobrança por não entregar o que preciso, frustração por não ter agido da forma que esperava, raiva por ter falado algo que não deveria... Em seguida, tente pensar em outra pessoa falando essas frases e pensamentos negativos pra você. Agora, reflita: alguém que você considera como amigo diria isso algum dia pra você? Assim, sempre que estiver se sentido negativo em relação a você mesmo, pense o que um bom amigo te diria, como por exemplo: “já deu certo!”.

Como terceira e última dica, quero trazer aqui uma prática que está no rol do que Martin Seligman - conhecido como pai da Psicologia Positiva - descreve como “otimismo aprendido”. Vamos imaginar que algo que você não queria aconteceu. Nesse momento, Martin Seligman nos convida a observar essa experiência negativa como uma situação infeliz, ao invés de pensarmos que é algo pessoal e falarmos aquela famosa frase: “isso só acontece comigo”. Lembre que todos nós temos desafios. Então, no lugar de pensar: “eu não sou bom o suficiente”. Que tal, no momento que pensar isso, falar com você mesmo: “não consegui, mas darei o meu melhor da próxima vez”?

Para finalizarmos o texto de hoje, e aproveitando que falamos sobre otimismo aprendido, quero deixar aqui um link (clique aqui) que têm um calendário com atividades práticas diárias para você desenvolver o otimismo. Esse calendário é elaborado mensalmente pelo Action for Happiness.

E lembre-se: nada adianta conhecimento, se não o colocarmos em prática. E, como sempre digo: se essas linhas te trouxeram alguma reflexão, minha missão foi cumprida.

Um lindo final de semana pra vocês!

Com carinho,

Bia Ramos

SOBRE BIA

Bia Ramos | divulgação

Bianca Ramos, ou apenas Bia Ramos, tem como propósito resgatar a essência do ser humano, para um mundo mais feliz. Realiza mentorias individuais e em grupo, workshops e palestras com foco em desenvolver a felicidade, tendo como base a Psicologia Positiva, a Neurociência, o método nacional de Felicidade Interna Bruta, do instituto Feliciência e a metodologia internacional CliftonStrengths do Instituto Gallup.

Agora, ela estará no Aratu On, todas as sextas-feiras, para falar e refletir sobre felicidade.

Saiba mais sobre o trabalho e o propósito dela no Instagram (@biancaramos.f).

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