FISCAL DAS PEDALADAS: Quem são? E o que faz a geração de jovens que nunca aprendeu a andar de bicicleta?
FISCAL DAS PEDALADAS: Quem são? E o que faz a geração de jovens que nunca aprendeu a andar de bicicleta?
Se no início deste ano, no país, o assunto ‘pedalada’ virou palavra recorrente em rodas de conversa, por outro lado, não se pode negar a existência de uma nova geração que, no sentido literal do termo, jamais arriscou-se a pôr em prática este verbo.
Se você sabe andar de bicicleta e aproveita as estações de empréstimo de bikes espalhadas pela cidade e suas ciclofaixas certamente devem estranhar alguém que não saiba dar boas pedaladas. Nós, do Aratu Online, estávamos curiosos para saber o que aconteceu na vida destas pessoas. Quem são? O que fazem? Onde vivem? Por que nunca ganharam uma bicicleta de Natal? Ou por que nunca aprenderam a se equilibrar em duas rodas?
Querendo recuperar o tempo perdido, a estudante de administração, Ariana Oliveira, 31 anos decidiu que era chegada a hora de aprender a andar de bicicleta. ?Quando eu tinha uns 20 anos eu resolvi pegar a bicicleta da minha irmã e tentar andar sozinha, sem ajuda de ninguém. Mas pela falta de espaço no local ficou difícil?, conta.
Sua infância foi marcada por brincadeiras que geralmente são relacionadas ao universo feminino, o típico ?coisa de menina?. Ariana brincava de boneca, patins e jogos, mas confessa que gostaria de ter brincado de bike na infância. ?Na verdade meu pai não deixava, dizia que isso não era brincadeira de menina?, desabafa a estudante.
Parece que a onda de andar sobre duas rodas, curtir a brisa e aventurar manobras é sensação desta nova geração. Eles preferem meios de transporte verde, praticar exercícios e sentir a natureza ? isso quando não estão plugados em algum wifi por aí. Quem nasceu nos anos 90 viveu uma realidade bastante diferente.
Entre um copo de Ki suco enquanto assistia os clipes da boy band Backstreet Boys e respondia aqueles cadernos de enquete com perguntas do tipo: ?Quem você levaria para uma ilha deserta??. As crianças e adolescentes não mostravam interesse em conquistar o equilíbrio em cima de uma bicicleta. Afinal nada era mais desafiador do que colecionar os bichinhos de pelúcia da Parmalat e radical mesmo era pintar o cabelo com papel crepom.
QUEM ACREDITA SEMPRE ALCANÇA:
Na virada do ano todos fazem promessas, pedem algumas graças e agradecem pelas vitórias, já Letícia Coimbra, 24 anos, entre outras coisas prometeu que deste ano não passa! Vai aprender a andar de bike, é questão de honra. ? Na virada do ano eu defini algumas coisas para a minha vida, uma delas foi aprender a andar de bike. Sempre associei a algo bom, esse ventinho no rosto, essa sensação de liberdade, é uma sensação que eu não conhecia e gostei muito?, revela.
Sua última tentativa foi em um evento onde pessoas se dispõe a ensinar outras a pedalar. ?Eles dizem que não precisa ter pressa, cada um tem sem tempo. Uns aprendem rápido e saem andando no primeiro dia, outros demoraram mais… Me enquadro neste caso?, diz, aos risos.
Para a jovem seu maior desafio é o equilíbrio e a concentração para frear antes de colocar os pés no chão. ?Eu sei andar de velotrol, mas tinha três rodas. As pessoas dizem que é fácil andar de bicicleta e eu procuro internalizar isso, mas não é não. Para uma criança é tranquilo, elas são mais soltas e não tem vergonha de cai. Os adultos são cheios de coisas na cabeça?, justifica a profissional de relações públicas.
Até que ela teve vontade de sair pedalando na infância, mas sua mãe cortou suas ?asinhas?. ?Eu sempre brinquei de boneca, de comidinha, de apresentar o Jornal Nacional, pega pega e de dançar o tchan. Bicicleta eu não podia, minha mãe não deixava, ficava preocupada comigo?, entrega.
TENTAR, SEMPRE. DESISTIR, NUNCA!
Equilíbrio, este é o grande vilão.
O caso da estudante de design de interiores, Letícia Montserrat, 26 anos, é curioso. Ela é fera no skate, pratica desde criança, mas diz que se equilibrar em cima de uma bicicleta é muito difícil. ?Acho que skate tem mais estabilidade, quando criança eu praticava muito. Inclusive no natal eu ganhava viagem, boneca, skate… qualquer coisa, menos bicicleta. Na verdade eu acho bem estranho andar, por isso não tive interesse?, lembra.
Seu incentivo são os amigos que sempre lhe dizem que precisa aprender. ?É constrangedor. Uma criança de 4 anos consegue andar e eu não. Como pode? Ou a criança é super dotada ou eu tenho algum problema?, brinca.
Deste modo, decidimos ensinar e auxiliar a jovem em suas primeiras pedaladas.
Nosso encontro foi no Farol da Barra. Cenário perfeito. Sol, pessoas praticando esportes e uma trilha sonora de fundo. Uma banda de percussão tocava enquanto o Aratu Online seguia na empreitada de ensinar a arte de se equilibrar na magrela.
#MISSÃO1:
Pensa que vida de repórter é moleza? Minha missão era descolar uma bike para a minha ?aluna?. Lá fomos nós, convenci seu Edmundo, vendedor de cana há 36 anos a emprestar sua bicicleta. Ciumento ele resistiu, mas se rendeu a solidariedade.
Seu filho, Gilvan de Jesus, 21 anos foi o nosso assistente e cinegrafista por um dia. O rapaz que só aprendeu a pedalar aos 15 anos conta que seu professor foi o próprio pai. ” Eu não tive bicicleta na infância, também nunca cheguei a pedir, não tinha interesse”. O motivo de ter aprendido tardiamente foi justamente a curiosidade. Ou seja, a mesma razão que move nossas três entrevistadas.
Bike na mão, vamos para próxima missão!
#MISSÃO2:
Agora é a hora de fazer Letícia Montserrat dominar a bicicleta e sair pedalando. Como a melhor maneira de ensinar é dando o exemplo…
Pronto, vamos para a prática!
TUTORIAL ARATU ONLINE ? TENTATIVA 1:
TUTORIAL ARATU ONLINE ? TENTATIVA 2:
TUTORIAL ARATU ONLINE ? TENTATIVA 3:
Continua…
#Missãodadaémissãocumprida não vamos desistir!