Justiça adia júri popular de PM que confessou matar jovem em passarela
Julgamento que acontece 13 anos após o crime, estava marcado para esta quarta-feira, no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador
A Justiça da Bahia decidiu adiar o júri popular do policial militar Edaniel Antônio Querino, confesso da morte do jovem Tarsis Santos Lima, de 17 anos, marcado para esta quarta-feira (17), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador. Julgamento acontece 13 anos após o crime, que ocorreu em 1° de julho de 2012.
Segundo a mãe de Tarsis, Graciana Duarte dos Santos, faltaram duas testemunhas na audiência, e o júri precisou ser adiado, ainda sem data definida para o próximo julgamento.
Morte de jovem
O crime aconteceu na noite de 2 de março de 2012, na passarela que liga a Avenida Tancredo Neves ao bairro de Pernambués, em frente ao Salvador Shopping. Tarsis atravessava o local com amigos, por volta das 22h, a caminho de uma festa, quando encontrou um grupo correndo em direção contrária. Logo em seguida, os jovens se depararam com policiais que supostamente perseguiam esse grupo e efetuaram vários disparos.
Um dos tiros atingiu o abdômen de Tarsis, que chegou a ser socorrido para o Hospital Roberto Santos, mas não resistiu aos ferimentos e morreu naquela mesma noite.
De acordo com os promotores, exames comprovaram que o disparo partiu da arma de Edaniel, que admitiu a autoria do crime. Segundo a mãe do adolescente, o policial declarou que “a morte não teve motivo, que foi por torpe”.
Segundo a mãe de Tarsis, desde 2012 já foram realizadas sete audiências até que o caso fosse encaminhado a júri popular. A morte do adolescente gerou revolta em Salvador e mobilizou familiares, amigos e movimentos sociais em busca de justiça.
Na época, circulou a informação de que os policiais atuavam como seguranças da empresa Smart Plus, contratada pelo shopping para serviços de portaria. Porém, o supervisor de segurança do centro comercial negou que agentes da Polícia Militar fizessem parte do quadro da empresa.
O crime ocorreu enquanto Edaniel estava de folga. Ele estava acompanhado de outro policial militar, que também foi denunciado, mas negou participação nos disparos. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) acusou os dois agentes de agir sem motivo, sem dar chance de defesa à vítima e de provocar perigo comum ao atirarem de forma reiterada em via pública, colocando em risco outras pessoas que circulavam pela região.
Outras mortes em passarelas da capital
Em 2023, um homem foi morto a tiros na passarela de pedestres da Avenida Mário Leal Ferreira, a Bonocô, em Salvador, nas proximidades da loja Le Biscuit. Em 2018, outro homem, cuja identidade não foi divulgada, também foi assassinado a tiros em uma passarela da Avenida Tancredo Neves, na capital baiana.
Siga a gente no Insta, Facebook, Bluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).