Mourão defende Pazuello e responsabiliza população pela pandemia; “não gosta de respeitar regras”
Para Mourão a situação da pandemia de Covid-19 no Brasil só piorou por causa da população
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse, na manhã desta segunda-feira (15/3), que a situação da pandemia de Covid-19 no Brasil só piorou porque a população “não gosta de respeitar regras” e saiu em defesa do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pressionado a deixar o cargo. “A nossa população não gosta de respeitar regras, não é da natureza do nosso povo. Nosso povo é mais libertário, gosta de andar pelas ruas, fazer festa, e no momento que você tem que passar dois ou três meses sem poder usufruir desses prazeres da vida, são poucos que aguentam”, disse.
Na ocasião, Mourão aproveitou para defender e elogiar o trabalho do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. "A realidade é que a gestão do Pazuello vem sendo muito criticada, muito contestada. Pazuello tem demonstrado resiliência, que sei que tem, de suportar o peso das críticas. Talvez outra pessoa não suportasse tudo o que ele vem suportando. Tenho muita confiança no Pazuello, o conheço há muito tempo", disse e completou: "é muito difícil alguém, da noite para o dia, conseguir consertar tudo", afirmou sobre o combate à Covid-19 no País.
Apesar disso, o militar afirmou que o posto de titular da pasta "sempre será um cargo político", referindo-se a qualquer que seja o substituto do atual ministro. "A gente sabe que no Congresso tem alguns com experiência no Sistema Único de Saúde, o que é, na minha visão, um requisito importante. Tudo depende dos técnicos que a pessoa se cercar."
A pressão pela saída de Pazuello aumentou no final de semana, depois que o Centrão - bloco de partidos que dá suporte ao Palácio do Planalto dentro da Câmara dos Deputados - iniciou uma campanha para substituir o chefe da Saúde. A razão é a condução da crise nos hospitais do país e a disseminação do coronavírus no país.
A saída do ministro foi noticiada neste domingo (14). De acordo com o jornal O Globo, Pazuello comunicou ao presidente que está com problemas de saúde e que, por isso, precisará de mais tempo para se reabilitar. No entanto, a informação foi negada pelo próprio ministro. “Não estou doente, não entreguei o meu cargo e o presidente não o pediu, mas o entregarei assim que o presidente solicitar. Sigo como ministro da Saúde no combate ao coronavírus e salvando mais vidas”, disse em um breve comunicado divulgado em uma rede social.
Um dos nomes cotados para substituir o ministro era o da médica cardiologista Ludhmila Hajjar, que chegou a se reunir com o presidente no domingo, mas devido a incompatibilidade entre as ideias dela e do presidente, decidiu recusar o convite.
Mourão também citou a médica, mas preferiu não se aprofundar no assunto. "Sei que Ludhmila tem competência como médica. Não sei como gestora", pontuou.
Outros três nomes são cotados para a vaga: o deputado Dr. Luizinho (PP-RJ) e os cardiologistas Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e José Antonio Frachini Ramires, ex-diretor do Instituto do Coração (Incor-SP).
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