Ligações criminosas: durante pandemia, Samu de Salvador registra cerca de 20 mil trotes
Ligações criminosas: durante pandemia, Samu de Salvador registra cerca de 20 mil trotes
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março, até esta quarta-feira (21/10) o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Salvador recebeu cerca de 20 mil trotes telefônico. Ao todo, são aproximadamente 200 mil chamadas. Os números de ligações criminosas no entanto é inferior ao que foi registrado pelo órgão durante o mesmo período de 2019, quando ocorreram cerca de 40 mil ligações indevidas, mas o problema ainda preocupa as autoridades de saúde municipal.
O trote, que é um crime previsto no artigo 266 do Código Penal, pode causar graves consequências, como o retardo ao atendimento de cidadãos que estão realmente necessitando do serviço de urgência, ampliando ainda as chances de óbitos e de sequelas decorrentes da falta de socorro precoce. Além disso, a atitude nociva de quem passa o trote gera desperdício do dinheiro público, já que há o deslocamento de ambulâncias gera custos.
A ligação com falso pretexto são divididas ainda, em duas categorias. Uma delas é de crianças que fazem as ligações para se divertir e que são logo identificadas pelos atendentes. A outra é a de adultos, que simulam ainda mais. Resultando em maior gasto de tempo de diversos profissionais que deixam de atender quem de fato precisa. Esses adultos, inclusive, estão sujeitos à cumprir detenção de um a três anos se forem identificados.
“Pedimos aos pais para sempre estarem de olho na lista de ligações do celular dos filhos e, se a criança estiver ligando para os números 192, 193 ou 190, fazer a orientação deles de forma adequada. Muitas vezes, a criança não tem noção e acha que é uma simples brincadeira". alerta o médico e coordenador de Urgência e Emergência de Salvador, Ivan Paiva, enfatizando que as crianças são levadas a serio pois o pequeno pode estar tentando pedir auxílio para algum familiar.
"Esses casos (de adultos mal intencionados) são mais danosos, mais elaborados. A pessoa liga e diz que acabou de presenciar um acidente, uma pessoa passando mal, e vai respondendo às perguntas e criando uma situação que, pelo telefone, o atendente não consegue identificar se é trote ou não. Esse chamado ocupa linha telefônica e é encaminhado para o médico, ocupando também o tempo desse profissional. Encaminhamos a ambulância e, quando chegamos ao local, percebemos que a situação não existia. Não consigo entender porque alguém tenta brincar com a vida alheia”, desabafa Paiva.
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