Túneis de desinfecção usados em cidades e hospitais da Bahia podem ser prejudiciais, diz Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu uma nota afirmando que há falta evidências científicas que comprovem a eficácia do uso de estruturas como câmaras, cabines e túneis para desinfecção de pessoas enquanto medida preventiva contra o novo coronavírus. 

O órgão alega que a duração de 20 a 30 segundos para o procedimento não seria suficiente para garantir o processo de desinfecção. Além disso, a nota técnica reforça que a adoção desse mecanismo não inativar o vírus dentro do corpo humano, além de poder causar danos à saúde de quem se submeter à desinfecção com saneantes aplicados diretamente na pele e nas roupas.

Na Bahia, câmaras já estão sendo usadas em hospitais e em algumas cidades. Os produtos químicos usados nos saneantes aprovados são destinados à limpeza e higienização de superfícies como móveis, bancadas, pisos, objetos e paredes, segundo a Anvisa. Tais produtos, ao entrarem em contato com a pele ou aplicados diretamente sobre ela podem causar danos e efeitos adversos, alerta a agência.

Além disso, a Anvisa ressalta que, embora tenham características comuns, ambientes hospitalares e de laboratórios não são iguais, exigindo, portanto, regras e protocolos diferentes, uso de produtos e procedimentos seguros, práticas rígidas de higienização das mãos, corpo, roupas, salas e utensílios, além de adotarem equipamentos de proteção individual (EPIs) muito específicos, entre outras características.

No que se refere ao peróxido de hidrogênio, a inalação pode causar irritação no nariz, garganta e vias respiratórias, podendo provocar bronquite ou até mesmo edema pulmonar, conforme a nota. Outro produto usado em alguns desses equipamentos, os quaternários de amônio podem causar irritação na pele e nas vias respiratórias, além de reações alérgicas.

Quanto ao gás ozônio,uma exposição leve ou moderada produz problemas nas vias respiratórias e irritação nos olhos. “Dependendo do tipo de exposição, pode causar desconforto respiratório e outros danos, podendo levar a óbito”, complementa a nota.

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