Nova rodoviária está sendo discutida na Assembleia Legislativa da Bahia; equipamento será construído em Águas Claras
“Junto com os movimentos sociais e entidades da sociedade civil, nosso objetivo maior é garantir que os impactos urbanísticos na zona de implantação do Novo Terminal Rodoviário de Salvador sejam benéficos para os bairros do seu entorno, majoritariamente ocupados pela classe trabalhadora. Acompanhamos o projeto com a perspectiva de agir para que os atuais moradores possam permanecer nos seus territórios e não sejam expulsos pela valorização imobiliária que o empreendimento vai trazer”. Com esta declaração, a deputada Maria del Carmen (PT) iniciou, na noite de quinta-feira (16), os trabalhos da audiência pública virtual da Comissão Especial de Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa que discutiu os diversos aspectos que envolvem uma obra de tamanha envergadura e que tem um investimento total de R$ 120 milhões, com prazo de entrega em dois anos.
Raimundo Dantas Júnior, representando a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), disse que o novo equipamento é importante para a capital baiana e especialmente para a região de Águas Claras, levando o vetor de crescimento para a direção da BR-324 e proximidades de Cajazeiras. O engenheiro explicou que o projeto prevê uma estrutura mais moderna e integrada ao sistema de transporte da capital. Com uma área total de 127 mil metros quadrados, o espaço da nova rodoviária terá 100 mil metros quadrados a mais do que a área atual do Iguatemi. Será uma construção moderna, ambientalmente sustentável, pois terá reuso de água e geração de energia solar, além de um pé direito bastante elevado, o que significa conforto acústico e térmico.
Dantas Júnior considera que o novo terminal, com quatro níveis de embarque, desembarque, mezanino e policlínicas, será o lugar de maior embarque e desembarque do Norte-Nordeste, com terminal de ônibus de grande porte para desembarcar todos os passageiros dos ônibus metropolitanos, dos ônibus que circulam no entorno da rodoviária, além dos intermunicipais e interestaduais. “Esses ônibus não vão entrar mais em Salvador, não passarão mais a contribuir para o engarrafamento na cidade”, pontuou o engenheiro, que também citou uma série de intervenções no sistema viário do local, com a construção de novos viadutos e um novo acesso para a Avenida 29 de Março.
A arquiteta urbanista Grace Ramos sinalizou a necessidade, por parte da administração municipal, de realizar uma análise do uso e ocupação do solo da região, em decorrência das inúmeras intervenções que ocorrerão no sistema de transporte urbano. Funcionária da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur), ela entende como natural o surgimento de outros empreendimento na área, podendo acarretar consequências danosas ao meio ambiente. Para o vereador Augusto Vasconcelos (PC do B), é fundamental debater com a comunidade os impactos sociais e ambientais de todo este processo de implantação do empreendimento. Também ouvidor da Câmara Municipal do Salvador, o edil manifesta sua preocupação com relação à contaminação da Bacia do Cobre e também questiona como ficará o tráfego de veículos nestes bairros ao longo da execução da obra.