Bolsonaro defende Pazuello e chama senador Omar Aziz de “anta amazônica”; “inventaram corrupção por pensamento”
Presidente voltou a defender o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, registrado em vídeo negociando compra de vacinas pelo triplo do valor
Em interação com apoiadores na manhã desta segunda-feira (19/7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM), de “anta amazônica” e saiu em defesa do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, investigado no Senado por possíveis irregularidades na compra de vacinas no Ministério da Saúde durante seu tempo à frente da pasta.
“Agora inventaram a corrupção por pensamento. Brasília é capital federal, para cá vem todo tipo de gente pra fazer lobbies. Você pode ver essa última narrativa agora: ‘Mas o Pazuello conversou com empresários’. Eu converso todo dia com empresários; se é crime, eu sou criminoso”, disse Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada.
"Essa CPI aí dos três patetas - três patetas não, né? Três otários. Os Três Patetas quando eu era moleque assistia muito eles e dava muita risada - tenta de toda maneira colar: Mas o Pazuello conversou com empresários! Se tivessem tratando de corrupção no encontro, não ia ter vídeo, pessoal", argumentou o presidente se referindo aos integrantes da CPI da Covid no Senado.
Vídeo revelado pelo presidente é em referência a reportagem do jornal Folha de S.Paulo, que mostra que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello negociou com intermediadores a aquisição de 30 milhões de doses da vacina Coronavac pelo triplo do preço praticado pelo Instituto Butantan.
Em nota, o ex-ministro negou e afirmou que foi apenas cumprimentar representantes da empresa após reunião com a secretaria-executiva da pasta, então comandada pelo coronel Elcio Franco. Apesar de Pazuello ter dito na gravação que havia assinado um memorando de entendimento para a compra, a negociação não prosperou.
Em seguida, Bolsonaro atacou nominalmente Aziz e o relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL). “O que a imprensa fazia naquela época? ‘Tem que comprar vacina, não interessa o preço’. Agora, quem queria comprar a vacina, não interessando o preço e sem passar pela Anvisa era o Omar Aziz. Está documentado numa emenda que ele apresentou uma medida provisória nossa, sobre a vacina, bem como o irmão do Renan Calheiros, o Renildo Calheiros, apresentou uma emenda igualzinha, que estados e municípios podiam comprar vacina sem a certificação da Anvisa e sem licitação. Imagina se aprova isso, hein, Omar Aziz? Mais conhecido como anta amazônica. Anta amazônica. Imagine se tivesse passado isso? Hein, Renan Calheiros? Teu irmão, Renan Calheiros. PCdoB, partido… Não vou falar o que é o C, né. C do Brasil…”
“Estariam alguns prefeitos e governadores comprando vacina a R$ 30 ou R$ 50 a dose, pode vacina até da lua, porque não precisava passar pela Anvisa”, prosseguiu. A conversa de Bolsonaro com apoiadores foi registrada por um canal no YouTube simpático ao presidente.
A CPI da Covid tem o objetivo de investigar as ações do Governo Federal no enfrentamento da pandemia. Atualmente os senadores tem como alvo das investigações suspeitas de irregularidades em contratações de outros imunizantes, como é o caso da vacina indiana Covaxin e um suposto pedido de propina na negociação de 400 milhões de doses da AstraZeneca pela empresa Davati Medical Supply. Segundo um representante da empresa, o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias teria pedido propina de US$ 1, por dose de vacina contra a Covid-19, para fechar contrato com o Ministério da Saúde.
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