AO VIVO Últimas Notícias
12/07/2020 20h04 | Atualizado em 12/07/2020 20h04

PF e MP encontram ligações entre Adriano da Nóbrega e acusado de matar Marielle e Anderson

PF e MP encontram ligações entre Adriano da Nóbrega e acusado de matar Marielle e Anderson

PF e MP encontram ligações entre Adriano da Nóbrega e acusado de matar Marielle e Anderson Foto: divulgação
Da Redação

O relatório conjunto da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) afirma que o antigo chefe do Escritório do Crime, o miliciano Adriano da Nóbrega – morto durante operação policial na Bahia – usava uma concessionária de luxo na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, para vender e comprar carros. O local foi alvo de pesquisas na internet feitas por Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

Além disso, o estabelecimento também era frequentado por um homem de confiança dele, preso por desaparecer as armas do policial militar da reserva (Lessa).

No documento, obtido com exclusividade pelo portal Uol, consta que "o estabelecimento Garage Store é suspeito de transacionar com Adriano da Nóbrega, alvo da Operação Intocáveis, e foi pesquisado por Ronnie Lessa junto à ferramenta Google".

Confira abaixo:

fac-simile-marielle-1594248760704-v2-450x1

A Garage Car Store vende carros de luxo, novos e usados, e com blindagem. Ao Uol, um dos donos da concessionária afirmou nunca ter feito qualquer tipo de transação comercial com Adriano ou Lessa e que ninguém ligado ao local foi chamado a prestar esclarecimentos às autoridades.

Ainda de acordo com o relatório, homens ligados a Ronnie Lessa e Adriano da Nóbrega se conheciam e frequentavam as mesmas festas. Eles teriam se conhecido quando atuavam na Polícia Militar do Rio de Janeiro e ambos passaram pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), alem de atuarem ilegalmente como seguranças para bicheiros cariocas.

Em agosto de 2018, Adriano prestou depoimentos à Delegacia de Homicídios da cidade do Rio a respeito das mortes de Marielle e Anderson. Ele disse que não se lembrava onde estava no momento do atentado. Sobre Lessa, afirmou apenas "conhecê-lo da Polícia Militar", sem detalhes. 

Lessa foi preso em março de 2019, quando deixava o condomínio em que morava, na Barra da Tijuca, em um carro blindado.

O relatório foi assinado por um investigador da PF e por um policial civil cedido ao Grupo Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do MP-RJ, e finalizado dias depois da prisão do PM da reserva.

HOMEM DE CONFIANÇA

O autointitulado empresário Márcio Mantovano, tido como um dos homens de confiança de Lessa, era frequentador da Garage Store, como mostram fotos publicadas em seu perfil no Instagram e que constam no documento da PF e do MP-RJ. Ele foi preso por participar da operação que jogou ao mar as armas de Lessa.

Também conhecido como Márcio Gordo, Mantovano produziu uma festa na casa de um lutador de MMA, na qual compareceu o miliciano Leonardo Augusto de Medeiros, o 'MAD', ainda conforme o relatório.

MAD foi preso no último dia 30 de junho, em uma operação que o apontou como o novo chefe do Escritório do Crime, após a morte de Adriano. A PF descobriu uma gravação telefônica em que ele foi citado como um dos verdadeiros assassinos da vereadora do PSOL e de seu motorista. 

Horas depois da prisão de Lessa – acusado da morte de Marielle e Anderson -, MAD tentou invadir um apartamento do ex-policial na zona norte do Rio. No dia seguinte, Márcio Gordo e outras pessoas ligadas a Lessa conseguiram retirar armas do PM reformado do local e jogaram em alto mar. Ainda de acordo com publicação do Uol, a suspeita da Polícia Civil é de que o armamento usado no atentado contra a vereadora estava entre o material descartado.

Outro elo entre Márcio Gordo e homens ligados a Adriano da Nóbre, apontado no relatório, é que o primeiro é morador da Tijuquinha, comunidade da zona oeste do Rio dominada pela milícia do major da Polícia Militar Ronald Paulo Alves Pereira, braço direito do miliciano morto na Bahia.

RELAÇÕES

A Polícia Civil do Rio de Janeiro descartou o envolvimento de MAD no atentado contra Marielle e Anderson, pois ele teria participado de outro homicídio naquela mesma noite: Marcelo Diotti da Mata foi assassinado com tiros de fuzil em um estacionamento na Barra da Tijuca.

Diotti da Mata era casado com a ex-mulher do ex-vereador Cristiano Girão, que perdeu o mandato e cumpriu pena por chefiar uma milícia na Gardênia Azul, na zona oeste do Rio. Ele foi um dos principais alvos da CPI das Milícias, presidida pelo então deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que era assessorado por Marielle, à época.

Em um relatório de inteligência, o MP-RJ aponta Ronnie Lessa como chefe da milícia que domina, atualmente, a Gardênia Azul. Essas relações, contudo, ainda não foram esclarecidas pelas autoridades competentes. A defesa de Lessa também não comentou as informações do relatório. 

Ao Uol, a Polícia Civil respondeu que "o caso permanece sob sigilo". 

LEIA MAIS: SSP simula operação contra miliciano Adriano da Nóbrega para esclarecer detalhes da morte

Acompanhe todas as notícias sobre o novo coronavírus.

Acompanhe nossas transmissões ao vivo e conteúdos exclusivos no www.aratuon.com.br/aovivo. Nos mande uma mensagem pelo WhatsApp: (71) 99986-0003.

Fonte: Da redação, com informações do Uol