Interior

Espancado dentro de ônibus escolar na Bahia, jovem diz sofrer perseguição por conta da orientação sexual; "não querem aceitar"

Adolescente agredido relatou com exclusividade para a TV Aratu que as agressões são recorrentes há pelo menos dois anos e são por motivos homofóbicos.

Por Da Redação

Espancado dentro de ônibus escolar na Bahia, jovem diz sofrer perseguição por conta da orientação sexual; "não querem aceitar"TV Aratu

O jovem de 15 anos espancado por sete colegas dentro de um ônibus escolar da Prefeitura de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, falou, nesta quarta-feira (2/3), pela primeira vez sobre o ocorrido. As imagens do crime começaram a circular na sexta-feira (25/2), no dia da ação, e ganharam as redes sociais. 


Ouvida durante o programa da TV Aratu, Cidade Aratu, a vítima relatou que a motivação foi sua condição sexual. O menor, que foi retirado do ônibus após o espancamento pela mãe de um colega, foi socorrido por uma monitora da escola que estava no veículo e que também acabou agredida na tentativa de encerrar a sessão de tortura. 


Abalado emocionalmente, o adolescente revelou que os agressores o perseguem há pelo menos dois anos, por mais que ele mude de unidade escolar. Ele, porém, ressaltou que nunca desabafou com os pais. 


"Eu já estava pressentindo alguma coisa e não pude ir para a parte de trás do ônibus. A monitora, então, mandou eu ficar na frente. Foi aí que vieram sete meninos me agredir, me chamando de 'bicha'. Eles não querem aceitar as pessoas do jeito que elas são. Foram chutes, socos, muitas coisas. Isso me deixou abalado". 


O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. A titular da 18ª Delegacia Territorial (DT/Camaçari), Thaís Siqueira, relatou que vítima, mãe e outros envolvidos estão sendo ouvidos na unidade. A partir daí é que os suspeitos responderão. Por serem menores de 18 anos, devem ser julgados pelo crime análogo ao racismo. 


A mãe do menino também falou sobre o caso. Também emocionada, ela demonstrou indignação. "Não conheço os agressores, mas meu filho conhece", resumiu. A Secretaria Municipal de Educação de Camaçari afirmou, em nota, que está atenta ao andamento do caso e que já identificou um dos integrantes do grupo.


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