Homem é preso por produção irregular de fogos; fábrica do pai explodiu há 25 anos
A ação ocorreu no aniversário do maior acidente de trabalho da história da Bahia, que resultou na morte de 64 pessoas após a explosão de uma antiga fábrica de fogos no mesmo local
Segundo o MPT-BA, Gilson Prazeres Bastos Nunes foi conduzido no fim da manhã para a delegacia da cidade após serem constatadas diversas irregularidades na empresa dele, a Artesanato de Fogos Boa Vista, tais como transporte e armazenamento de material explosivo sem cumprimento de normas de segurança e sem autorização necessária do Exército. A fiscalização preventiva está sendo realizada desde ontem (11/12), data do aniversário do maior acidente de trabalho da história da Bahia, quando 64 pessoas morreram após a explosão da antiga fábrica de fogos.
A fiscalização conta com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-BA), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA) e do Conselho Regional dos Químicos (CRQ). A equipe encontrou na propriedade rural, no distrito de Boa Vista, localidade de Ronco d’Água, Santo Antônio de Jesus, quase 300 caixas de fogos de artifício de origens diversas, além de produtos artesanais feitos no local, todos eles contendo a pólvora como integrante.
Ainda de acordo com o MPT-BA, o proprietário da empresa foi localizado e conduzido à delegacia para ser ouvido. Gilson foi vereador por três mandatos. Ele deverá ser enquadrado no art. 253 do Código Penal, que prevê pena de detenção de seis meses a dois anos, além de multa. As informações colhidas e o depoimento do dono da fábrica clandestina serão utilizados nos inquéritos cível, no MPT, e criminal, que corre no Ministério Público Federal (MPF).
Toda a carga de explosivos foi apreendida e encaminhada para o 35º Batalhão de Infantaria do Exército, localizado na cidade de Feira de Santana. O material vai passar por perícia feita pelo Departamento de Polícia Técnica e posteriormente deverá ser destruído.
A prisão e a apreensão dos fogos ocorrem 25 anos depois do maior acidente de trabalho da história da Bahia e envolve a mesma família. Desde que a explosão ocorreu em 1998, a produção de fogos de artifício na região deixou de ser feita em um local específico e se pulverizou dentro de casas e na zona rural, dificultando a fiscalização.
Dessa vez, segundo o MPT-BA, a operação foi montada para flagrar o armazenamento e a fabricação numa propriedade da família de Vardo dos Fogos. Agora é o filho dele, Gilson Nunes, quem administra o negócio, realizado ainda de forma completamente ilegal. Após prestar depoimento e depois de ser lavrado o flagrante na delegacia, Gilson foi liberado e vai responder em liberdade pelos crimes.
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