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VOTA BAHIA: Os cinco principais desafios de quem vai governar Salvador nos próximos quatro anos

VOTA BAHIA: Os cinco principais desafios de quem vai governar Salvador nos próximos quatro anos

Por Da Redação

VOTA BAHIA: Os cinco principais desafios de quem vai governar Salvador nos próximos quatro anosfalse

Os moradores de Salvador já estão carecas de saber que a falta de projetos de planejamento da nossa cidade pelos órgãos públicos dificulta nosso dia a dia e diminui a nossa qualidade de vida.


Problemas de acessibilidade, falta de estrutura e atendimento nos postos de saúde, precariedade de creches para as crianças, assalto a ônibus e toque de recolher são alguns dos inúmeros problemas de infraestrutura, saúde, educação e segurança que acomete a capital baiana.


Por isso, o político que assumir o cargo de prefeito após as eleições deste domingo (2/10) terá a missão de resolver as principais reivindicações dos eleitores e, por consequência, melhor a vida dos soteropolitanos.


O Aratu Online listou os cinco desafios de quem vai governar Salvador nos próximos quatro anos. Confira:


1.ENCOSTAS 


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Foto: André Uzêda – Aratu Online


Salvador parece ser uma cidade de papel. Quando chove, além dos problemas de alagamento, há o risco de deslizamento de  terra e desmoronamento das encostas.  Com isso, os moradores que vivem nos morros têm, diariamente, suas vidas ameaçadas e o problema se agrava ainda mais nos períodos chuvosos.


De acordo com o arquiteto e professor, Luiz Antônio Souza, a ocupação desordenada já é uma realidade da paisagem de Salvador. “A prefeitura permite que áreas condenadas sejam ocupadas. A legislação urbanística, infelizmente, é cada vez mais permissiva”, afirma.


Nos últimos doze meses, a prefeitura e o governo do estado erguerem, juntos, pelo menos 46 paredões de concreto em Salvador. Das 27 encostas inauguradas pela gestão de ACM Neto, 15 delas (ou seja, 56%) foram em locais que possuem mais de 100 mil eleitores, reforçando a ideia de que a atitude foi margeada por uma estratégia política. São elas: Rio Vermelho (e bairros adjacentes), Pituba (e adjacências), Centro, Liberdade (e adjacências), Brotas (e adjacências), Boca do Rio (e adjacências), Cidade Baixa e São Caetano.


Ainda segundo o especialista, as contenções de encosta são apenas um paliativo. “Os paredões de concreto resolvem o problema de deslizamento pontualmente, mas, ao mesmo tempo, criam outros problemas como questões de drenagem. O concreto é liso e faz com que a água da chuva chegue ao solo com mais velocidade e intensidade”, afirma.


Outro problema apontado pelo arquiteto ao Aratu Online é o “enfeiamento” da paisagem urbana. “Estamos produzindo uma paisagem feia com aqueles muros cinzas de concreto. Isso seria facilmente resolvido com a aplicação de outro método paliativo que seria a hidrosemeadura – técnica do plantio de sementes de graminas para impedir o deslizamento da terra com a água das chuvas”, explica.


2.AGENTES DE ENDEMIA


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Foto: Secretaria Municipal da Saúde | Divulgação


Nos últimos dois anos, doenças como zika, chikungunya e dengue assolaram o país e se tornaram pauta principal na mídia e no nosso cotidiano.


O agente de endemia é o profissional capacitado para ajudar na prevenção e combate dessas doenças. Ele faz visitas nas residências das pessoas para verificar se existem focos do mosquito transmissor e aplicar o larvicida — produto que destrói as larvas do mosquito.


Porém, em Salvador, os profissionais enfrentam dificuldades para cumprir suas funções. A categoria luta na Justiça para receber o salário de acordo com o piso nacional da categoria, no valor de R$ 1.014, previsto na lei federal 12.994. Atualmente, os agentes recebem o salário-base de R$ 692,08.


Segundo o diretor de comunicação do Sindicato de Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate a Endemias da Bahia (Sindacs), Lázaro Figueiredo, a categoria está sem reajuste há dois anos.


“A nossa categoria é negligenciada pela prefeitura de Salvador. Na última greve que fizemos, que durou dois meses, ACM Neto nos fez trabalhar aos sábados, domingos e feriados para pagar os dias que estávamos de greve. E mesmo assim só alguns receberam o salário referente a esse período. Muitos ainda não foram reembolsados”, afirma o diretor.


Ainda de acordo com Figueiredo, a capital baiana sofre com a falta de larvicida para aplicação nos focos do mosquito. “Antes nós fazíamos visitas no térreo, primeiro e segundo andar dos prédios residenciais e comerciais, mas, como o produto está em falta, fomos orientados a visitar apenas o térreo”, diz.


3.GUARDAS MUNICIPAIS


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A missão da Guarda Municipal é a proteção do patrimônio público, como a defesa de praças e monumentos da cidade. Porém, a Guarda municipal de Salvador, ultimamente, tem se envolvido em polêmicas, como agressão a um cidadão e a troca de tiros com suspeitos, ambos ocorridos na Avenida ACM.


Segundo o vice-presidente do Observatório de Segurança Pública da Bahia, José Apolinário Silva, o despreparo da Guarda Municipal é notório. “Infelizmente, os guardas municipais de Salvador está seguindo o mesmo modelo de política de São Paulo, trocando tiros, fazendo perseguições e agredindo pessoas. Isso é proibido por lei, não pode. O policiamento ostensivo não é missão deles, mas sim da polícia militar”, explica.


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Quando questionado pelo Aratu Online sobre se os guardas municipais podem efetuar prisões, Apolinário foi direto: “Eles só podem efetuar prisões em flagrante, mas isso qualquer cidadão pode fazer”, diz.


No entanto, as polêmicas não param por aí. Os guardas municipais reivindicam a ampliação do direito ao porte de arma de fogo, inclusive fora do horário de serviço. De acordo com a lei, os guardas municipais das cidades com mais de 50 mil habitantes podem portar arma, mas apenas quando estão trabalhando.


“Existem aberrações que estão sendo feitas pela Guarda Municipal que segue o mesmo modelo das milícias, prática reprovada por lei”, afirma o especialista.


4.UBER


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Foto: reprodução


A guerra entre taxistas e uberistas é outro ponto que deverá ser resolvido com celeridade pelo próximo gestor que assumir o cargo de prefeito.


Enquanto a população aprovou as vantagens do aplicativo Uber, como economia no valor final da corrida, melhor atendimento e conforto, os taxistas repudiam e não aceitam a mera legalização do serviço de transporte remunerado em veículos particulares.


Salvador tem mercado e espaço para a concorrências, já que o ideal para atender a nossa cidade era a frota de 14 mil táxis e, atualmente, contamos com a demanda de apenas sete mil.


Para os taxistas, o serviço do Uber pode até ser liberado, desde que a legalização seja de acordo com a legislação municipal para o serviço de táxi. Ou seja, desde que sigam as mesmas exigências e custos, como taxas cobradas pelas prefeitura, cursos, alvarás, vistorias, cadastros, etc.


O serviço do Uber começou em Salvador no mês de abril deste ano, quando já funcionava em diversas cidades brasileiras. No entanto, a Câmara Municipal aprovou, por unanimidade, o projeto de lei que proíbe o serviço na capital baiana.


O motorista do Uber que atua em Salvador, de prenome Leandro, discorda que os uberistas devem ser submetidos a mesma legislação municipal dos taxistas. ?O serviço é distinto, a gente faz um serviço de transporte particular de passageiros e o táxi é um transporte público?, afirma.


Ainda de acordo com o uberista, qualquer candidato que assuma o cargo de prefeito neste domingo (2/10) vai resolver a polêmica na capital baiana. ?A população aprova o serviço do Uber. Então eu acredito que o próximo prefeito, mesmo que seja Neto de novo, não vai querer brigar contra o Uber e toda a população nos próximos quatro anos?, diz.


Em contato com o Aratu Online, Leandro não quis informar o seu sobrenome com medo de sofrer represálias.


5.TRÂNSITO


ELEIÇÕES 2008 / ORLA ENGARRAFAMENTO / LEI SECA / AMBULANTES / PROFESSORES O segundo turno das eleições municipais 2008 correu no mais absoluto desrespeito às leis eleitorais. A ausência de fiscalização possibilitou um verdadeiro decaso com as determinações, quanto à venda e consumo de bebidas, bem como, à questão da boca-de-urna. Vários foram os flagrantes. Em frente ao colégio Estadual Duque de Caxias a militância dos dois candidatos agiam vigorosamente no embate corpo-a corpo por uma definição dos indecisos. Enquanto que do Sieiro à Orla o que se viu foi a venda e o consumo escancarado de bebidas alcóolicas. Os professores aproveitaram o processo eleitoral para colocar as suas pautas reivindicatórias em dia. Na foto:o trânsito na Orla esteve bastante truncado. Foto: Welton Araújo | AG. A TARDE 26/10/2008

Foto: Welton Araújo | AG. A TARDE – Reprodução


Mesmo após tanto investimento em obras de mobilidade e inauguração de vias, alguns ‘velhos’ pontos críticos de Salvador continuam travando e gerando transtorno aos motoristas da capital.


Lugares como Silveira Martins, Cabula, região do Iguatemi, Avenida Mário Leal Ferreira (Bonocô), Av. Antônio Carlos Magalhães (ACM) e Rio Vermelho são alguns exemplos onde esses problemas ainda permanecem.


Para a arquiteta e analista de transporte e tráfego, Cristina Aragon, a solução não está em investir em vias para carros, mas em transporte público. “O principal desafio da mobilidade urbana em Salvador é reverter a prioridade que é dada ao transporte individual para o transporte coletivo. Aqui se fala muito em privilégio do automóvel, mas quanto mais vias forem abertas e inauguradas, mais carros vão andar nelas?, afirma.


Atualmente, o Plano Diretor (PDDU) da cidade contém projetos exclusivos para carros: a Linha Viva (extensão que vai ligar o Acesso Norte, na BR-324, à BA-524, conhecida como estrada Cia-Aeroporto) e Via Atlântica que passa por cima do Parque de Pituaçu.


A especialista comentou sobre os projetos. “Projetos como esses são um absurdo e não existe mais isso nos dias de hoje. Não se vê, por exemplo, essa prioridade dada ao automóvel em países desenvolvidos?, explica.


“O trânsito em Salvador só vai melhorar quando for feita a integração do metrô com os ônibus; quando fizermos o escalonamento do ponto de ônibus, já que é inviável vários ônibus pararem ao mesmo tempo no ponto; e a garantia de um transporte público atrativo, que seja confortável, confiável e seguro”, afirma a especialista.


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