FEBRE AMARELA: Próximas da área de contaminação, cidades baianas estão sem vacina

26/01/2017 21h00Atualizado em: 26/01/2017 23h18

divulgação/Fiocruz

“A procura aumentou desesperadamente”. Foi com essa frase que o secretário de Saúde do município de Guanambi, André Moitinho, resumiu a busca da população local pela vacina contra a febre amarela.

A cidade fica a 90 km da divisa com Minas Gerais – que vive um surto da doença com 404 casos suspeitos – e não está na lista das localidades que receberão reforço no número de medicamentos enviados para a Secretaria da Saúde (Sesab). “Em 48 horas as 1.000 doses que tínhamos acabaram. Esse surto está preocupando a população. Exemplo disso é que em alguns anos estas vacinas chegaram a sobrar aqui em Guanambi”, resume Moutinho.

Para o secretário, o fato de o município não estar na área de risco delimitada pela Sesab preocupa. “Nós estamos próximos de Minas Gerais. Algumas pessoas de Guanambi têm negócios lá e vice-versa”, resume André.

Guanambi fica próximo à divisa com Minas. Foto: SkyscraperCity

Outro município que os remédios estão em falta até esta quarta-feira (25/1) é Teixeira de Freitas. A cidade, porém, receberá reforço no número de imunizações até sexta-feira (27/1).

A assessoria da secretaria da Saúde disse que a procura nos postos de saúde aumentou após três suspeitas de febre amarela serem registrados na cidade. Dois deles foram descartados e um ainda aguarda exames clínicos.

“Nós estamos na fronteira com dois estados onde a febre amarela já vem atacando e com casos de morte, como é o caso de Minas Gerais. Por isso, todo o cuidado é pouco. Nesse encontro, nós pedimos providências para fortalecer a vacinação em toda a região”, disse o prefeito de Teixeira de Freitas, Timóteo Brito, após encontro com o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Villas Boas, em Salvador.

A transmissão da febre amarela é feita pelo mosquito Aedes Aegypti após o animal picar primatas infectados. Em Coribe, extremo Oeste da Bahia, quatro casos foram registrados como suspeitos após a morte de quatro macacos há cerca de 15 dias. A secretária de Saúde Municipal, Jaqueline Bonfim, diz que houve aumento na procura pela vacina.

“As pessoas que chegam nas unidades em Coribe encontram a vacina, porém existem critérios para isso. Alguns não compreendem e fazem tumulto nas portas das unidades”, informa. Jaqueline garante que as pessoas com sintomas da doença no município estão internadas, mas seus estados de saúde são considerados estráveis. A cidade está na lista delimitada pela Sesab e a promessa é que novas doses cheguem aos postos nos próximos dias.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que o critério para definir as cidades que receberão reforço nas doses foi do Ministério da Saúde. A pasta, porém, não soube explicar como Guanambi – que fica tão próximo da divisa com Minas Gerais – ficou de fora da lista.

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