Em greve há um mês, agentes de endemias de Salvador seguem em mobilização nesta semana
Em greve há um mês, agentes de endemias de Salvador seguem em mobilização nesta semana
Os agentes de endemias de Salvador, responsáveis pelo combate ao mosquito Aedes Aegypti, continuam a agenda de mobilização motivada pela greve da categoria nesta semana. De acordo com o Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Contendores de Doenças Endêmicas e Epidemiológicas do Estado da Bahia (Sindacs), os profissionais realizarão protestos nesta segunda (20), terça (21) e quarta-feira (22), às 13h, na Câmara de Vereadores para impedir a aprovação do acordo firmado pelo Sindicato dos Servidores da Prefeitura do Salvador (Sindseps), que determinou o valor de reajuste de 13,9% retroativo a maio, passando o salário base de R$692,08 para R$788.
A reunião marcada para às 10h de hoje com o secretário de Saúde do Estado (Sesab), Fábio Vilas Boas, na sede da secretaria, foi cancelada por conta do sepultamento do pai do governador Rui Costa. A categoria aguarda uma nova data para o encontro. Uma carta aberta que informa sobre os motivos da mobilização dos servidores será distribuída durante ação na região do Shopping da Bahia, na Avenida ACM, a partir das 9h de amanhã. Uma nova assembleia da categoria está marcada para o dia 29 de julho.
O Sindacs defende o salário de R$ 1.014, que é em referência ao piso nacional da categoria. Os servidores recebem atualmente R$ 692,08. Segundo informações de Aldenilson Rangel, coordenador-geral da entidade, atualmente a capital baiana tem cerca de 3.800 profissionais. O sindicato aponta que 30% do efetivo atua mesmo com a greve, deflagrada desde o dia 19 de junho.
Em nota, a Prefeitura de Salvador afirmou que negocia sistematicamente com o funcionalismo público no âmbito das Mesas Permanentes de Negociação (MPN), mecanismo de diálogo implantado pela atual gestão e que já garantiu, com cerca de 400 horas de conversa, conquistas importantes aos servidores.
A administração já fechou acordo com outros sindicatos e associações que proporcionou aos agentes comunitários de saúde e os de combate às endemias um reajuste de 13,9% retroativo a maio, passando o salário-base de R$ 692,08 para R$ 788. Além do salário-base, a categoria recebe gratificações que chegam a 107,5%, totalizando uma remuneração mensal de R$ 1.635, ou seja, 61,25% superior ao piso nacional. Quanto à greve, Pauperio reforça que o município não tem autorização para pagar os dias não trabalhados. ?Os dias dessa paralisação descabida serão descontados na folha de pagamento deste mês?, afirma.
Ainda conforme a Prefeitura de Salvador, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mantém em seus quadros, contratados de forma regular e inscritos no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) do Ministério da Saúde, 1.540 agentes comunitários de saúde e 2.065 agentes de combate a endemias (ACE), que recebem remuneração salarial acima de R$1.800, valor excedente ao estabelecido em Lei Federal nº 12.994, de 19 de junho de 2014, que fixa o piso inicial da categoria R$ 1.014.
Os agentes foram todos admitidos por processo seletivo, incluídos ao regime jurídico, estabelecido pela Lei Municipal nº 7955/2011, com jornada de trabalho fixada em 40 horas semanais, para atendimento as ações e serviços de promoção da saúde, vigilância epidemiológica e combate à endemias, dentro dos respectivos territórios de atuação.