Defesa de João de Deus tenta desqualificar acusadora; o médium segue preso
Defesa de João de Deus tenta desqualificar acusadora; o médium segue preso
A defesa do médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, acusado de abuso sexual e preso no último domingo (16/12) perto de Abadiânia (GO), pretende fazer uma devassa em depoimentos das vítimas para tentar tirar o crédito de acusações. O esforço, liderado pelo criminalista Alberto Toron tenta conter a enxurrada de denúncias. Já Ministério Público de Goiás disse ter recebido mais de 500 relatos de supostos abusos – 30 depoimentos já foram formalizados e podem se tornar inquéritos.
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A defesa do médium entrou nesta segunda-feira (17/12), com pedido de habeas corpus. Diante das acusações, Toron tem repetido que é preciso analisar “o contexto” das denúncias contra seu cliente para saber se o depoimento de algumas dessas mulheres têm “crédito ou não”.
Quando argumenta, o advogado cita como exemplo o depoimento de Zahira Leeneke Maus, uma coreógrafa holandesa que falou ao programa Conversa com Bial, da TV Globo. A reportagem deu início à série de denúncias que levou à detenção do líder espirital.
De acordo com Toron, a vítima teria um passado ligado à prostituição e à extorsão. “A comprovação desses e de outros fatos, se pessoas querem se aproveitar para pedir dinheiro ou não, se o passado dela a compromete ou não, tudo isso vai ter de ser analisado corretamente a partir da crítica a esses depoimentos.”
A defesa do médium disse que só teve acesso ao processo, que corre em segredo de Justiça, ontem. Mas nega que a intenção seja fazer qualquer tipo de “jogo sujo”. “Jogo sujo é alguém acusar falsamente outra pessoa de uma prática tão grave, o que estou querendo dizer, sem jogo sujo, é que precisamos fazer um escrutínio calmo para não linchar uma pessoa sem direito de defesa”, afirmou.
Caso o habeas corpus seja negado, a estratégia da defesa será pedir que se adotem medidas cautelares, em vez da prisão. Entre as opções cogitadas estão prisão domiciliar, colocação de tornozeleira e a proibição de exercer o ofício. “São medidas que acautelam o meio social, que preservam a possibilidade da prática de novos crimes, se é que eles existiram, com um método menos invasivo”, explicou Toron.
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