Após panelaços, Dilma não fará pronunciamento no 1º de Maio
Após panelaços, Dilma não fará pronunciamento no 1º de Maio
Depis do panelaço no pronunciamento do Dia da Mulher, em março, a presidente Dilma Rousseff decidiu se pronunciar apenas pelas redes sociais no 1º de Maio, Dia do Trabalhador, sem fazer o tradicional pronunciamento em cadeia de rádio e TV. O anúncio foi feito pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, após reunião de coordenação política no Palácio do Planalto.
Segundo o auxiliar da presidente, a decisão foi ?coletiva e unânime? entre os ministros que participam da coordenação política da presidente. Ele negou que seja um temor do Palácio do Planalto a um eventual panelaço durante a fala.
?Primeiro é uma forma de valorizarmos outros modais de comunicação e segundo a presidenta não precisa se manifestar apenas em cadeia nacional?, disse o ministro. ?Foi uma decisão coletiva e unânime que ela deveria valorizar as redes sociais. Não é por isso, eu penso que a presidenta vai continuar utilizando a televisão, a cadeia nacional, quando for necessário.?
Em meados de 1º de maio, o governo espera aprovar nos próximos dias, em comissões especiais do Congresso, duas medidas provisórias que alteram o acesso a benefícios previdenciários e trabalhistas. Embora ainda exista divergência sobre alguns aspectos do ajuste fiscal, a base aliada tem chegado a consensos sobre a necessidade de passar algumas medidas.
A resistência se concentra principalmente no seguro desemprego ? o governo quer aumentar de seis para 18 meses o tempo de trabalho para uma pessoa pedir o seguro desemprego pela primeira vez. O relator da medida provisória no Congresso, Paulo Rocha (PT-PA), sugeriu uma carência de 12 meses.
Durante a reunião da coordenação política, o vice-presidente Michel Temer apresentou experiências trocadas em viagens a Portugal e Espanha, países que passaram por ajustes fiscais recentes.
Apesar da pauta polêmica com centrais sindicais, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), acredita que o projeto de lei da terceirização, patrocinado pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai dar o tom dos protestos de primeiro de maio.