70% dos brasileiros fazem uso de medicamentos sem recomendação médica, aponta pesquisa
70% dos brasileiros fazem uso de medicamentos sem recomendação médica, aponta pesquisa
O brasileiro ainda tem pouco conhecimento sobre os impactos ocasionados pela automedicação e diagnose. É o que mostra uma pesquisa que constatou a prevalência de automedicação em 18,3% dos indivíduos investigados. As informações são do relatório ?Fatores predisponentes para a prática da automedicação no Brasil: resultados da pesquisa nacional de acesso, utilização e promoção do uso racional de medicamentos (PNAUM)?, publicado na 21º edição do Boletim Científico. Foram entrevistadas 31.573 pessoas com idade igual ou superior a 20 anos.
A pesquisa mostra que 73,6% dos entrevistados afirmaram ter usado algum medicamento sem recomendação médica ? caso eles já tivessem usado anteriormente esse mesmo produto; 73,8% declararam ter usado medicamentos não prescritos quando o medicamento já estava presente em casa; e 35,5% afirmaram ter usado alguma medicação não prescrita quando conheciam alguém que já havia tomado a mesma medicação.
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O principal problema na automedicação e diagnose, aponta a professora Vera Lucia Pereira dos Santos, coordenadora do curso de Gestão da Vigilância em Saúde do Centro Universitário Internacional Uninter, é o risco de intoxicação ou uma reação alérgica. ?A pessoa que se automedica já apresenta sintomas que indicam um estado alterado de saúde; se ocorrer a intoxicação pelo medicamento não indicado, o paciente pode inclusive não distinguir a reação e não procurar ajuda a tempo ou ainda ter uma reação alérgica, que poderá trazer sérias consequências?, avalia a especialista.
Por serem medicamentos que são de fácil acesso, os pacientes tendem a subestimar seus efeitos ou não seguir corretamente a prescrição da bula. ?A automedicação revela, na verdade, um cenário de pouco acesso à saúde. As pessoas se medicam porque consideram difícil o acesso a uma consulta médica?, explica. Para consultas de emergência no SUS, em que os pacientes são classificados de baixo risco, a espera para atendimento pode chegar a 4 horas. ?Essa dificuldade leva o paciente a achar que, sozinho, pode se ajudar. Aliada à falta de informação, eles tomam decisões sem aval médico achando que não vão se prejudicar?, afirma.
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