'Tem respaldo estatutário', afirma Padre Edson sobre suspensão de intervenção na Irmandade do Senhor do Bonfim
Em maio, a Irmandade do Senhor do Bonfim convocou reunião emergencial para tratar de mudanças nos poderes instituídos ao padre
Com a liminar que suspendeu a intervenção promovida pela Arquidiocese de Salvador na Irmandade Devoção do Senhor do Bonfim, a disputa iniciada em maio ganhou mais um desdobramento. A medida assinada pelo Arcebispo Dom Sérgio da Rocha, no mês de agosto, nomeou o Cônego José Abel Carvalho Pinheiro para intervir na Irmandade e avaliar a situação entre o grupo e o reitor da Basílica do Bonfim, Padre Edson Menezes. Nessa terça-feira (7/11), uma decisão da 6ª Vara Cível de Salvador derrubou a ação arquidiocesana.
A decisão, assinada pelo juiz Carlos Cerqueira Jr, acata um pedido de membros da irmandade contra a intervenção. Em entrevista ao Aratu On, Padre Edson afirmou que “a intervenção tem o respaldo estatutário, pois, no Estatuto da Devoção [do Senhor do Bonfim], o Cardeal é a autoridade máxima e é aquela autoridade decidida”.
Segundo o religioso, a intervenção do Cardeal pode acontecer “em qualquer situação em que não haja um consenso e não haja um entendimento”, bem como atentou ao fato de que “a devoção do Senhor do Bonfim é uma organização religiosa, portanto, ela deve ser conduzida pelo Direito Canônico”.
RELEMBRE O CASO
Em maio deste ano, a Irmandade do Senhor do Bonfim lançou um edital para convocar uma reunião emergencial com o objetivo de tratar de mudanças nos poderes instituídos ao reitor do templo. Para alguns voluntários, o padre estaria sendo vítima de perseguição por parte de alguns membros da Irmandade.
No edital, a irmandade proibia que o padre Edson Menezes realizasse coletas de doações dos fiéis e fechou as lojas que vendiam acessórios e objetos religiosos de devoção ao Senhor do Bonfim, criadas e comandadas pelo sacerdote. Além disso, limitava ações administrativas, sociais e religiosas do padre.
“Quero esclarecer que não é um problema da Irmandade como um todo. São algumas pessoas, precisamente, 14 ou 15 pessoas que realmente não vivem o dia a dia da Igreja do Bonfim. São pessoas que, na verdade, não me conhecem, não sabem do trabalho que nós realizamos”, desabafou o Padre ao Aratu On.
O sacerdote, que também não concordou com a decisão, atribuiu a questão ao que chamou de “inveja, preconceito e disputa de poder”. “Mas, eu não estou aqui para disputar poder com ninguém. Eu tenho poder do ministério sacerdotal que me foi dado pela Igreja e eu estou aqui para cumprir uma missão”, disse à reportagem da TV Aratu. Padre Edson Menezes está à frente da Basílica do Senhor do Bonfim há 16 anos.
Ele acredita que “interesses particulares” motivaram a ação contra ele, em uma espécie de ação contrária ao trabalho feito à frente da Igreja do Bonfim. “Eu entendo que é também uma reação contrária a todo trabalho que eu venho fazendo e que certamente essas pessoas não concordam. Porque são preconceituosas, intolerantes e não compreendem essa missão e particularidade da Igreja do Bonfim, essa abertura que nós fomos oferecendo com o passar do tempo.”
No último dia 28 de outubro, foram eleitos os novos membros da diretoria da Devoção. Eles foram escolhidos por voto e aguardam a oficialização, que ocorre por meio do decreto de nomeação assinado pelo Cardeal Dom Sergio da Rocha.
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