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Líderes do BDM podem ter pago R$ 50 mil por cada celular no Complexo da Mata Escura; aparelhos eram usados para ordenar execuções

Duas técnicas de enfermagem foram conduzidas em flagrante e confessaram participações nos crimes aos policiais civis

Por Da Redação

Líderes do BDM podem ter pago R$ 50 mil por cada celular no Complexo da Mata Escura; aparelhos eram usados para ordenar execuções Alberto Maraux

A Polícia Civil apura um esquema que pagava R$ 50 mil por celular ingressado no Complexo Penitenciário de Mata Escura, em Salvador. A ação, do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), aconteceu no âmbito da Operação Disciplina - que reprimiu alvos da facção Bonde do Maluco -. 


De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, duas técnicas de enfermagem confessaram participação do repasse dos aparelhos. Durante o trabalho de inteligência, investigadores da SSP perceberam que quatro detentos continuavam determinando mortes e repasses de drogas de dentro do presídio.


Os nomes dos presos, duas lideranças de uma organização criminosa com passagem pelo Baralho do Crime, não foram revelados. Eles seriam exatamente do BDM, alvo da "Disciplina". A ação atacou envolvidos com homicídios e outros crimes na região de Vila de Abrantes, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador -. 


Uma das execuções que pode ter sido ordenada por meio dos celulares que entraram na cadeia é a de Renato Santos Evangelista Sobrinho, músico assassinado após um show na localidade conhecida como "Mutirão de Abrantes", em novembro de 2021. Até hoje, o corpo dele não foi encontrado .



“As duas mulheres foram autuadas, no dia 31 de março deste ano, e com essas informações ampliamos a operação Disciplina. Vamos aprofundar as investigações, pois não podemos descartar o envolvimento de outros servidores da penitenciária”, destacou o titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes, delegado Yves Correia.


MODO DE AGIR 


Em depoimento, na sede do Draco, as técnicas de enfermagem contaram que usavam faixas, por dentro dos sutiãs, para esconder smartphones e carregadores para os aparelhos. Explicaram que agiam de noite, pois naquele turno não tem a revista com a utilização de bodyscan (inspeção corporal).


Assim que entravam na sala destinada aos cuidados médicos, na ala masculina, elas escondiam os celulares e acessórios embaixo de um armário. Por fim, as técnicas de enfermagem informaram também que os pagamentos foram feitos em dinheiro e também por pix, que participavam do esquema desde de julho de 2021 e que nove celulares entraram dessa forma no presídio.


A dupla foi autuada no artigo 349-A (ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional) do Código Penal.


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