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Do limão, a limonada: família de Moïse passa a ser dona de quiosque onde ele foi assassinado e Prefeitura fará memorial a africanos

Órgão municipal diz que pretende também aumentar o número de vagas de emprego para refugiados no local

Por Da Redação

Do limão, a limonada: família de Moïse passa a ser dona de quiosque onde ele foi assassinado e Prefeitura fará memorial a africanosredes sociais/twitter/@PedroPaulo

A família do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, morto a pauladas em um quiosque no Rio de Janeiro, passará a ser a concessionária do Tropicália, onde ele foi assassinado. A notícia foi dada pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), em suas redes sociais, na manhã deste sábado (5/2).


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O politico compartilhou uma notícia dada pelo colunista Ancelmo Gois, de O Globo, informando que  a prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Fazenda, vai transformar os quiosques Biruta e Tropicália em um memorial em homenagem à cultura congolesa e africana. "E a melhor notícia: a família passa a ser a nova concessionária do Quiosque!  Não a banalização da barbárie!", escreveu o prefeito.


 





O Secretário de Fazenda e Planejamento do Rio, Pedro Paulo, disse que a reformulação dos quiosques pretende celebrar a “cultura e alegria do povo africano, tendo ali um ponto de referência com comida típica, e trazendo a oportunidade de empregar refugiados que vivem na cidade”. "O que aconteceu foi algo brutal, inaceitável e que não é da natureza do Rio. É nosso dever ser uma cidade antirracista, acolhedora e comprometida com a justiça social", twittou.


"Vamos oferecer a cessão do quiosque para a família de Moïse Kabagambe, se ela assim desejar. Já tomamos essa decisão em comum acordo com a Orla Rio [administradora]. Além da busca de uma mínima reparação, faremos dali um ponto de inserção econômica e transmissão da cultura congolesa e africana", acrescentou.





RELEMBRE


O corpo de foi Moïse, de 24 anos, foi encontrado amarrado em uma escada, no último dia 25 de janeiro. Ele trabalhava em no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e foi espancado após cobrar por duas diárias de trabalho, equivalente a R$ 200.


O vídeo da câmera de segurança do quiosque mostra o momento exato em que o congolês é assassinado na noite do dia 24 de janeiro, no Rio. As iamgens mostram três homens espancando o congolês, dando socos, chutes e até golpes com pedaços de pau. Momentos depois, com a vítima já desacordada no chão, eles tentam, com a ajuda de outras pessoas, reanimá-la. 


Os três suspeitos já foram detidos. O primeiro deles se se apresentou na 34ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro (Bangu), após divulgar em um grupo de whatsapp um vídeo confessando a participação no crime, alegando que o estrangeiro teria agredido um idoso. "A gente se meteu, a gente 'se metemo', demos umas porradas nele. Só que o que acontece? O cara não resistiu. A gente foi defender uma pessoa, acabou acontecendo essa fatalidade", disse.


Já o segundo suspeito estava escondido na casa de parentes. A polícia precisou arrombar a porta do imóvel, mas ele não resistiu à prisão. Ele afirmou que a ideia era bater em Moïse para dar uma lição nele, já que, segundo os agressores, o congolês vinha causando transtornos e usando drogas.


Moïse e sua família vieram para o Brasil em 2011, como refugiados políticos, fugindo de conflitos armados na República Democrática do Congo, no continente africano.  "Meu filho cresceu aqui, estudou aqui. Todos os amigos dele são brasileiros. Mas hoje é uma vergonha. Morreu no Brasil. Quero justiça”, falou Ivana Lay, mãe de Moïse.


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