"Quem ama, aceita e tolera", diz mãe de Henry à avó do menino em mensagem de WhatsApp após agressões
O diálogo entre Monique e Rosângela ocorreu 11 dias após a mãe de Henry ser alertada de que o menino estava sendo agredido
A professora Monique Medeiros conversou com a mãe, Rosângela Medeiros da Costa e Silva, sobre o filho Henry Borel Medeiros, de 4 anos, no dia 23 de março, cerca de 11 dias depois de a babá Thayna de Oliveira Ferreira contar que o menino havia sido agredido pelo padrasto, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho.
Na conversa, obtida pelo jornal O Globo, Rosângela respondeu à foto de Henry dormindo, enrolado no edredom com a mensagem. “Toda criança é desse jeito. Seu irmão foi assim. O problema é que pai tolera e aceita. E tio?”. A mãe do menino, então, disse: “Quem ama, aceita e tolera também…”.
Por volta de 16h de 12 de fevereiro, a funcionária enviou mensagens também por WhatsApp contando que Jairinho e a criança estavam trancados no quarto. Ao abrir a porta, Henry mancava, apresentava hematomas nos braços e nas pernas e relatou ter recebido chutes do padrasto.
A professora, que estava em um salão de beleza em um shopping a cinco minutos do condomínio Majestic, no Cidade Jardim, demorou três horas para retornar ao apartamento. Em depoimento prestado na 16ª DP da Barra da Tijuca, Thayna disse estar na brinquedoteca do prédio com Henry quando, por volta de 19h, Monique chegou e pediu para que descessem a fim de “darem uma volta” de carro.
“Nossa, eu vim rápido, ainda borrei minha unha. Me conta, Thayna, o que aconteceu?”, teria dito. A babá então novamente relatou o que presenciou e conversou com o menino, sendo que ele, segundo ela, confirmou com a cabeça que havia sido agredido por Jairinho.
O casal contou na delegacia que, na madrugada de 8 de março, encontrou Henry caído no chão do mesmo quarto da foto que Monique enviou a mãe, com mãos e pés gelados e olhos revirados.
Ele chegou a ser levado para o Hospital Barra D’Or, mas já chegou morto, segundo as médicas da unidade, e com as lesões descritas nos laudos de necropsia. Os documentos apontam hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente, além de equimoses, hematomas, edemas e contusões não compatíveis com um acidente doméstico.
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