Impacto da pandemia é maior para trabalhadores de 18 a 24 anos, diz pesquisa

Os trabalhadores mais jovens foram os mais afetados pela pandemia de Covid-19, segundo dados da Carta de Conjuntura, divulgados nesta quarta-feira (14/4), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A taxa de desocupação subiu de 23,8% no quarto trimestre de 2019 para 29,8% no mesmo período de 2020, o que corresponde a quase 4,1 milhões de jovens à procura de emprego.

Com relação à escolaridades, o desemprego foi maior para os trabalhadores com ensino médio incompleto: alta de 18,5% para 23,7%, na mesma base de comparação. Já a ocupação dos que têm ensino superior continuou crescendo, e houve alta de 4,7%, na comparação entre os números de trabalhadores nesta condição, nos respectivos trimestres de 2019 e 2020.

O documento da Carta de Conjuntura ainda mostra que, no quarto trimestre de 2020, a taxa de desemprego para o sexo feminino (16,4%) foi superior à do sexo masculino (11,9%). 

No que se refere ao recorte regional, as regiões Nordeste e Sudeste tiverem maior incremento na taxa de desemprego: de 13,6% para 17,2% e 11,4% para 14,8%, respectivamente, considerando o último trimestre do ano passado. 

Na análise do emprego setorial, o segmento de serviços foi o maior prejudicado, com queda de 28% da ocupação no quarto trimestre de 2020. O setor foi fortemente impactado pela paralisação das atividades, por conta do distanciamento social imposto pela pandemia. Segundo o Ipea, na perspectiva para 2021, a taxa de desocupação deve continuar elevada.

OCUPAÇÃO

Conforme a Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em janeiro deste ano havia 86,1 milhões de trabalhadores ocupados no país, bem abaixo do observado antes da pandemia (94 milhões em janeiro de 2020). Em julho de 2020, a taxa atingiu o menor valor da série, com 80,3 milhões de pessoas ocupadas.

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