Ministro do Turismo é demitido por Bolsonaro; Álvaro Antunes já foi indiciado pela PF em esquema de "laranjas"
Ministro do Turismo é demitido por Bolsonaro; Álvaro Antunes já foi indiciado pela PF em esquema de "laranjas"
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu nesta quarta-feira (9/12) demitir o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. O agora ex-gestor da pasta seria pivô de um esquema de candidaturas laranjas do PSL, antigo partido do presidente, em Minas Gerais, e, por isso, foi indiciado pela Polícia Federal (PF) sob suspeita dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa, além de ser alvo de denúncia feita pelo Ministério Público de Minas Gerais.
Segundo a Folha de S. Paulo, a ideia de Bolsonaro para a pasta é entregar o ministério para um nome indicado pelo "centrão", bloco de partidos de centro e de direita que formam a base aliada do governo no Congresso. A situação de Álvaro Antônio teria ficado insustentável após ele ter acusado o general Luiz Eduardo Ramos, titular da Secretaria de Governo e amigo do presidente, de estar negociando sua cadeira. A reclamação do ex-ministro ocorreu em um grupo de WhatsApp de ministros do governo Bolsonaro.
O presidente, agora, estaria avaliando nomear para o comando da pasta o presidente da Embratur, Gilson Machado, que permaneceria no cargo até 2021. Neste ano, está prevista uma reforma em diversos cargos.
LARANJAS
Uma série de reportagens da Folha, em 2019, mostraram que Álvaro Antônio patrocinou em Minas um esquema de candidaturas de mulheres que receberam recursos do partido, sem terem feito campanha para se elegerem. A reportagem diz que parte desse dinheiro público foi parar em empresas ligadas a assessores de seu gabinete na Câmara, quando exercia o mandato de deputado federal em 2018.
Mesmo após mais de um ano do indiciamento pela PF e a denúncia pelo Ministério Público, a Justiça ainda não definiu se transformará Álvaro Antônio em réu. Após a prisão de três aliados dele, ainda em 2019, Bolsonaro disse, durante uma viagem ao Japão, que o ministro seria mantido no cargo até conversarem na volta ao Brasil. Quando isso aconteceu, ele acabou deixando-o no cargo.
Em outubro de 2019, a investigação concluiu que Álvaro Antônio comandou o esquema. O caso está atualmente no STF (Supremo Tribunal Federal), com o ministro Gilmar Mendes, que analisa pedido da defesa para anulação de toda a operação.O argumento principal é o de que Álvaro Antônio foi investigado de forma ilegal pelas autoridades mineiras, já que tem foro especial.
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