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Estudo da UFBA aponta que trabalhadores de call centers adoecem mais do que os outros profissionais

Estudo da UFBA aponta que trabalhadores de call centers adoecem mais do que os outros profissionais

Por Da Redação

Estudo da UFBA aponta que trabalhadores de call centers adoecem mais do que os outros profissionaisarquivo/Ilustrativa

As pessoas que trabalham como operadores de call center adoecem mais do que os outros profissionais, segundo um estudo inédito da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT). A intenção do trabalho era a de investigar o impacto dessa atividade profissional sobre a saúde dos empregados das três maiores empresas do setor de telemarketing em Salvador.


A conclusão do dossiê é que há altos níveis de descumprimento da legislação relacionados à saúde e segurança do trabalho, de adoecimento laboral e de ocultação desses danos causados aos trabalhadores do setor. Foram analisadas a Tel Centro de Contatos (antiga Tel Telemática), a Atento e a Liq Corp (antiga Contax).


“Foi constatado que os trabalhadores de call center, incluídos os funcionários das empresas Tel, Atento e Liq, adoecem desproporcionalmente, em comparação ao mercado de trabalho, sobretudo no que concerne ao adoecimento psíquico, mas, apesar disso, o reconhecimento da natureza ocupacional dos agravos é menor nos call centers, quando comparado com o total da economia”, explica o professor da UFBA e coordenador do estudo, Vitor Filgueiras.


O pesquisador aponta, ainda, que muitos trabalhadores adquirem algum tipo de lesão e são dispensados sem condições de conseguir um novo emprego. Assim, existe a suspeita de que diversas pessoas com aposentadoria por doenças comuns, na verdade, têm problemas relacionados ao período em que trabalhavam. 


INFRAÇÕES


O projeto apontou que a Atento, durante os anos de 2013 a 2017, foi autuada 225 vezes, sendo que 60 casos envolvem o descumprimento da Norma Regulamentadora 17 (NR 17), que estabelece parâmetros para permitir a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Já a Liq foi autuada 208 vezes pela fiscalização do trabalho, sendo que, desse total, 49 autos foram referentes à NR17.  


Já a empresa Tel foi autuada pelo MPT 267 vezes no mesmo período e, entre as infrações, 124 casos são por conta da NR 17. Além disso, a empresa foi autuada seis vezes por restrição do acesso a banheiro e quatro vezes por não emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).


A pesquisa usou fontes oficiais como a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), sistemas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) como o Sisben Anuários Estatísticos, e o Infologo, além de processos judiciais e resultados de fiscalizações da inspeção do trabalho. 


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