Professora e alunos desenvolvem bioetanol à base de cacau na Universidade Estadual de Santa Cruz
Professora e alunos desenvolvem bioetanol à base de cacau na Universidade Estadual de Santa Cruz
A professora Elizama Aguiar, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), junto ao seu grupo de pesquisa, composto pelos estudantes Frederico Lobo e Gabriel Albuquerque, resolveu criar bioetanol à base de cacau e malte. De acordo com ela, o material utilizado é facilmente obtido, além de ter uma conexão econômica com a região sul da Bahia, por se tratarem de dois componentes abundantes no local: o cacau e o malte. O processo químico e enzimático envolve a quebra da celulose da matéria-prima em açúcares para se obter bioetanol.
Do cacau são obtidas as cascas e do malte, o bagaço. Elizama explica como funciona o processo de transformação. “A hidrólise consiste em submeter os resíduos a uma primeira etapa com solução ácida fraca e calor, para, posteriormente, aplicar soluções enzimáticas. As melhores condições destas etapas foram investigadas de forma a se obter maiores concentrações de açúcares fermentescíveis”, afirma. Segundo ela, os resultados obtidos são promissores, pois permitiram a redução de cerca de 50% da massa de resíduos e, com a continuidade dos estudos, será possível otimizar a hidrólise e a fermentação.
A professora destaca o fato de a região de Ilhéus ser uma produtora histórica de cacau no Brasil e como as cascas são acumuladas no campo logo após a quebra do fruto para obtenção da polpa e das sementes. “O acúmulo destas cascas no campo pode, por exemplo, resultar em um foco de contaminação do fungo causador da doença ‘vassoura-de-bruxa’ que já trouxe muitos prejuízos à região. Assim, é de grande importância apresentar novas aplicações para este resíduo. Além disso, devido à crescente popularização da produção de cervejas artesanais em todo o território nacional, foi também selecionado o bagaço de malte para ser empregado em combinação com as cascas de cacau. O bagaço é gerado durante a produção das cervejas, logo após a etapa de malteação”.
O trabalho recebeu apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) e foi realizado em parceria com o Laboratório de Microbiologia Aplicada da Agroindústria (LABMA-Uesc), coordenado pelas professoras Ana Paula Uetanabaro e Andréa Costa. “Contamos, ainda, com o apoio das empresas Prozyn (São Paulo) e LNF (Bento Gonçalves) que doaram alguns reagentes”, finaliza Elizama.
Acompanhe todas as notícias sobre o novo coronavírus.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo e conteúdos exclusivos no www.aratuon.com.br/aovivo. Nos mande uma mensagem pelo WhatsApp: (71) 99986-0003.