Filiada ao PT, servidora que chamou PM de "macaco" é defendida por presidente municipal; "cultura nordestina"

O presidente regional do Partido dos Trabalhadores (PT) do município de Curaçá, a 593 km de Salvador, Júlio Cézar Lopes, utilizou as redes sociais, no sábado (19/9), para divulgar uma nota, com o intuito de justificar a atitude de uma mulher, de 64 anos, detida no último dia 16 de setembro, após chamar um policial militar de macaco. O caso aconteceu no bairro do Vale dos Lagos. 

A autora da agressão, Libânia Maria Dias Torres, é servidora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) lotada na comarca de Curaçá, e, também, filiada ao PT. Em sua justificativa, o político inocenta a correligionária da acusação de racismo e ressalta que a expressão usada por ela, faz referência à “cultura nordestina e curaçaense, de Lampião de chamar policiais de Macaco”.

Libânia chegou a ser conduzida para uma delegacia, mas já está em liberdade provisória. A decisão, da juíza Ivana Carvalho Silva Fernandes, da Vara de Audiência de Custódia, ocorreu na quinta (17/9).

A fala petista repercutiu na Assembleia Legislativa da Bahia. O policial militar licenciado e deputado estadual, Capitão Alden (PSL), lamentou o posicionamento do PT de Curaçá. "Repudio veementemente toda e qualquer forma de desrespeito, injúria racial e racismo. Espero que recebem o merecido troco nas urnas, pois o povo não deve eleger ou reeleger partidos que compactuam com condutas criminosas!!!", disse nas redes sociais. 

Também PM, o deputado estadual Soldado Prisco prometeu processar o PT. "Um absurdo que um partido dito dos trabalhadores, supostamente defensor dos direitos humanos, tenha como presidente de uma regional um cidadão que reitera atos declaradamente racistas praticados por servidora pública”, disparou.

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