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Pesquisador da Funai morre após ser flechado por grupo indígena que vive isolado em Rondônia

Pesquisador da Funai morre após ser flechado por grupo indígena que vive isolado em Rondônia

Por Da Redação

Pesquisador da Funai morre após ser flechado por grupo indígena que vive isolado em Rondôniaarquivo pessoal/Instagram

O indigenista Rieli Franciscato, de 56 anos, com três décadas de experiência na Fundação Nacional do Índio (Funai), foi morto com uma flechada no peito ao se aproximar de um grupo de indígenas isolados, na última quarta-feira (9/9), na zona rural de Seringueiras, em Rondônia.


De acordo com o portal Uol, Rieli tentava evitar um atrito entre os isolados e a população não indígena que presenciou o aparecimento repentino deles em um sítio do local. Um policial militar enviou um áudio para amigos de Rieli relatando o que teria ocorrido. No final da manhã de quarta, a Polícia Militar recebeu um telefonema sobre o aparecimento dos isolados perto de um sítio em Seringueiras e Rieli foi até o posto policial pedir apoio para ir à região checar o que tinha acontecido. 


O grupo que foi ao sítio, segundo o policial, era formado por dois PMs, Rieli e um indígena amigo do servidor. Segundo o policial, no sítio, o grupo percebeu pegadas que levavam à terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau e decidiram ir até lá, tentando saber se os indígenas haviam regressado para a mata. Nesse momento, segundo o PM, já dentro da terra indígena, Rieli começou a subir num pequeno morro para observar a região de um ponto mais alto. "A gente só escutou o barulho da flecha. Pegou no peito dele. Aí ele deu um grito, 'oi', arrancou a flecha, voltou para trás correndo. Ele conseguiu correr de 50 a 60 metros e caiu praticamente morto. A gente conseguiu deslocar ele para a viatura, que estava na estrada, viemos para trazer ele no hospital, mas ele chegou sem vida. E o nosso amigo se foi, infelizmente", relatou o policial.


Desde junho, quando o grupo conhecido como "Isolados do Cautário" apareceu em Seringueiras, a Funai atua para evitar conflitos entre isolados e não indígenas e também impedir a contaminação pelo novo coronavírus. Rieli era considerado um dos mais experientes indigenistas no trabalho de monitoramento dos grupos isolados no país e um dos principais defensores deles em atividade, além de ser uma referência para os servidores mais jovens.


Em nota, a Funai manifestou "imenso pesar" pela morte do servidor, que era "o coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Uru Eu Wau Wau e somava mais de 30 anos de dedicação à proteção dos índios isolados no Brasil". A assessoria de comunicação disse que "a fundação lamenta profundamente a perda e manifesta solidariedade aos familiares e colegas do servidor. As equipes da Coordenação Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) e das Frentes de Proteção Etnoambiental se despedem de Rieli com carinho, respeito e admiração".


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