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Humberto "Cachorrão": oficial da PM baiana é investigado por liderar grupo de extorsões, homicídios e ameaças

Humberto "Cachorrão": oficial da PM baiana é investigado por liderar grupo de extorsões, homicídios e ameaças

Por Da Redação

Humberto "Cachorrão": oficial da PM baiana é investigado por liderar grupo de extorsões, homicídios e ameaçasdivulgação/20º BPM

Um esquema de extorsões, homicídios, ameaças e torturas que teria sido praticado por policiais militares entre os anos de 2017 e 2019 está sendo investigado pela própria corporação, segundo apuração do Aratu On. A confirmação das suspeitas da PM, que dá continuidade ao processo, foi registrada no último dia 15 de junho, no chamado Boletim Geral Reservado (BGR), uma espécie de diário oficial da instituição. 


ATUALIZAÇÃO: Após denúncia do Aratu On, MP faz operação contra milícia dentro do batalhão da PM de Paulo Afonso


A publicação, obtida com exclusividade pelo jornalismo do Aratu On, coloca o então comandante do 20º Batalhão da PM, tenente coronel Carlos Humberto da Silva Moreira - o "Cachorrão" -, como "líder do grupo criminoso". A unidade então chefiada pelo oficial é localizada no município de Paulo Afonso, onde os casos teriam sido praticados. Além dele, é citado também no processo o nome de um outro oficial, o capitão Rodolfo Vieira Santos.


"Evidencia, ainda, a documentação, que policiais militares lotados no 20º BPM/Paulo Afonso, estavam utilizando-se da função pública para perpetrar inúmeros crimes como extorsões de quantias de comerciantes, homicídios, ameaças, torturas e dentre outros, com requinte de crueldade, cujas muitas das imputações recaem sobre o Ten Cel Humberto, que seria o líder do grupo criminoso", diz um trecho do documento. 


Documento-Valendo


Especialistas ouvidos pela reportagem do Aratu On indicam que, na prática, foi realizada uma investigação preliminar no âmbito da própria PM. A partir disso, foram constatados indícios de autoria por parte dos dois citados. A partir da conclusão do chamado Inquérito Policial Militar (IPM), foi autorizada a abertura de um processo que pode levar à punição do tenente coronel e do capitão.  


Os próximos passos do processo, ainda de acordo com especialistas, devem acontecer ainda dentro da PM. Caso sejam comprovadas as suspeitas, os dois devem sofrer sanções, que podem até resultar na expulsão de Humberto e Rodolfo da corporação. Esse procedimento, porém, é demorado e não tem prazo para ocorrer. Procurada pela reportagem, a assessoria da PM disse que só se pronunciará ao término das investigações. 


Além disso, dizem os advogados, o Ministério Público da Bahia também pode e deve investigar os supostos homicídios, extorsões e ameaças no âmbito da Justiça comum. O Aratu On procurou o órgão para saber se já foi dado início ao trâmite, porém o MP da Bahia não respondeu aos questionamentos.


PROMOÇÃO E TRANSFERÊNCIA 


Mesmo com a investigação, o tenente coronel Humberto Moreira chefia o 1º BEIC, um Batalhão de Ensino, Instrução e Capacitação localizado em Feira de Santana, a 110 km de Salvador. Ele tomou posse na unidade em julho de 2019, logo depois de ser exonerado do BPM de Paulo Afonso. 


"Cachorrão" já comandou diversas unidades da PM. Enquanto major, esteve à frente de pelo duas companhias em Salvador - a 37ª CIPM (Liberdade) e 14ª CIPM (Lobato) - e um Batalhão, o 8º BPM, em Porto Seguro, onde chegou em 2015. No discurso de posse deste último, disse que chegava "para combater a violência, o tráfico e promover a segurança social". 


Em abril de 2017, oportunidade em que ele ainda comandava a CIPM localizada no Lobato, saiu no Diário Oficial da Bahia a promoção do oficial da PM, "por critério de merecimento".


Edição: Jean Mendes 


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