'Se eu quisesse ser presidente, teria sido no lugar do Temer", diz em entrevista Rodrigo Maia
'Se eu quisesse ser presidente, teria sido no lugar do Temer", diz em entrevista Rodrigo Maia
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disse neste último sábado (5/10), que, se quisesse ser presidente por vias indiretas, teria sido no lugar do ex-presidente Michel Temer. A fala foi dita no contexto em que Maia negava que era uma espécie de primeiro-ministro do governo do presidente Jair Bolsonaro. O democrata disse ainda que o mandatário não gosta dessa metáfora.
"Se eu quisesse ter sido presidente da República, teria sido no lugar do Michel", afirmou Maia, durante o Festival Piauí de Jornalismo, que acontece neste final de semana. Em seguida, presidente da Câmara afirmou que não tem intenção de chegar à Presidência pela via indireta, sugerindo que não descarta disputar o cargo em uma eleição. A fala do deputado se refere ao período de crise do governo Michel Temer.
Em 2017, o emedebista - que tinha ascendido da vice-Presidência à Presidência - foi denunciado por corrupção duas vezes pelo então procurador da República, Rodrigo Janot, e quase caiu do cargo. Na ocasião, Maia, que já era presidente da Câmara, era o sucessor, mas não articulou pela queda.
Temer derrotou Janot na Câmara, nas votações que iriam determinar se ele poderia ser investigado durante sua presidência. O emedebista se manteve no cargo até o fim do mandato, quando passou a faixa a Bolsonaro.
"Fui responsável (ao não derrubar Temer). Eu, como principal beneficiário, operar o parlamento para derrubar um presidente da República, não considerei aquilo o melhor dos caminhos para o Brasil e para a estabilidade democrática", afirmou.
"Operar um processo de destituição de um presidente significa negociar o governo", acrescentou. "Não estou disposto a negociar nada. Se fosse necessário assumir, se o parlamento quisesse derrubar o presidente, era decisão dele. Se eu tivesse que ficar presidente por seis meses, eu ia, com liberdade para reconstituir o governo", concluiu.
Maia disse ainda que Tremer fez o contrário. "É óbvio que o Michel operou o processo de impeachment da Dilma (Rousseff) politicamente", constatou. Maia disse crer que Temer tenha errado já que, em sua avaliação, Dilma teria caído sozinha. Para o deputado, ao organizar o processo e sinalizar espaço a todos os deputados, o emedebista limitou sua capacidade de reformar o País.
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